A mensagem do outro lado da linha: modernização e discurso em Quaderna, de João Cabral de Melo Neto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rossi, Rodolfo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-16052022-113321/
Resumo: A obra poética de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), reconhecida pelo equilíbrio composicional da forma, foi amplamente discutida, ao longo do século XX, por meio do debate sobre a dimensão antilírica de suas composições. Notadamente, a produção de uma poesia racional e assertiva é uma das vertentes do projeto estético do poeta. No entanto, é preciso enfatizar outros elementos que constituem parte da sua produção, como a presença da subjetividade e a influência da transitividade discursiva, que integram a dinâmica investigativa do construtivismo cabralino com o intuito de desdobrar a percepção do sujeito lírico sobre os objetos poeticamente figurados nas composições. Nesse sentido, este trabalho, cujo intuito é o de entender como se constrói o apelo comunicativo dos poemas de Quaderna (1960), procura analisar o emprego ostensivo da Cuaderna vía, de modo a demonstrar como o metro é atualizado nos poemas a fim de estruturá-los como objetos de intersecção da linguagem lírica com a realidade empírica - levando em consideração a cristalização das tensões provenientes das esferas individuais, coletivas e históricas configuradas pelas vozes poéticas. Assim, verifica-se no livro uma articulação entre a estrutura dúplice dos poemas e a vida brasileira da década de 1950, o que nos conduz à hipótese de que a obra promove o encontro entre as duas faces, erudita e popular, do projeto estético de Duas águas (1956)