Paixão, liberdade e conveniência em dois ensaios de Montaigne (Da vaidade e De poupar a própria vontade)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Scoralick, Andre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-17022014-113002/
Resumo: O presente estudo pretende oferecer uma interpretação da reflexão moral de Montaigne que se opõe àquelas que a vêem centrada na alegação da passividade do ensaísta, reduzindo-a à prescrição de uma subordinação pragmática às leis e aos costumes e fazendo dos Ensaios uma mera descrição da condição humana. Através da leitura daqueles ensaios em que Montaigne mais parece passivo (nos quais tais interpretações justamente apóiam suas hipóteses), acreditamos encontrar os modos de operação de uma ação discreta, pautada pela exigência de adequação aos objetos e às circunstâncias, uma ação que abre espaço para o livre jogo das paixões segundo a conveniência. Espera-se, com isso, resgatar a dimensão normativa dos Ensaios, seja lançando luz sobre as preocupações permanentes do autor com a própria liberdade (sempre ameaçada pelo risco da servidão aos afetos), seja chamando a atenção dos leitores para o Montaigne político, atento aos riscos que a ambição, as inovações e os remédios extremos (a perfídia) trazem para ordem pública e, ao mesmo tempo, ocupado em sugerir (através do exemplo de seus mandatos à frente da mairie de Bordeaux) parâmetros para uma ação política discreta.