Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Raquel Machado |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-21082020-130102/
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Resumo: |
Esta dissertação se dispõe a analisar e identificar a maneira como o jongo, manifestação cultural afro-brasileira, pode atender a critérios que lhe validem artisticamente e que, portanto, sejam capazes de proporcionar uma experiência estética. Para tal, esta pesquisa se debruçou em encontrar e elencar os elementos estéticos responsáveis por manter a tradição do jongo, em específico, o Jongo do Tamandaré, em Guaratinguetá-SP. Na execução deste trabalho, o jongo foi tomado como uma obra estética completa, porém, para efeito de análise, foi esmiuçado em partes, buscando-se verificar como essas partes se relacionam, a fim de se alcançar um todo integrado que proporcione uma experiência completa e, portanto, estética. O jongo, de modo geral, pode ser definido como uma expressão artística afro-brasileira de caráter performático, com ocorrência no Sudeste, que reúne música percussiva feita por tambores de tamanhos diferentes, confeccionados em madeira oca e pele animal e afinados ao fogo; dança de roda e de casais; e canto responsorial com entoação de pontos que se utilizam de metáforas, de enigmas, de desafios e de improvisos verbais mágico-poéticos. Em Guaratinguetá, cidade do interior paulista que abrigou grandes fazendas de café durante o ciclo colonial cafeicultor, o jongo se desenvolveu na periferia e nas áreas rurais da cidade e, atualmente, é celebrado por meio dos esforços de manutenção da Associação Cultural Jongueira do Tamandaré, cujos membros detentores dos saberes são descendentes de africanos escravizados e se veem responsáveis por manter as tradições no local em que a comunidade vive há mais de 100 anos e onde, atualmente, celebram o jongo nas festas do ciclo junino, festas que constituem o recorte específico da presente investigação. A pesquisa realizada se deu através de abordagem qualitativa contemplando pesquisa bibliográfica e de campo, onde foram utilizadas técnicas de observação e de entrevista, com aplicação de questionários, desenvolvimento de diários de campo e registros fotográficos. Para a apresentação dos resultados obtidos, primeiramente, foram expostas as ideias teóricas que baseiam e fundamentam a análise estética desenvolvida; a seguir, foi apresentado um levantamento histórico buscando identificar que práticas, costumes e hábitos culturais dos diversos povos africanos trazidos forçosamente ao Brasil influenciaram e definiram a produção das expressões culturais por eles elaboradas quando obrigados a conviver neste país. Por fim, foram apresentados os resultados da análise estética do jongo, examinando cada um dos elementos artísticos identificados como essenciais para a manutenção de suas tradições. Concluiu-se que as festas do Jongo do Tamandaré representam a manifestação da vida na comunidade em seu caráter mais belo, sendo o jongo não só um fazer artístico de legitimidade estética, mas também um fazer social responsável por fornecer os alicerces de sustentação das memórias, das histórias e das tradições culturais dos membros da comunidade. |