Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Breschigliari, Juliana Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-03092010-161053/
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Resumo: |
Neste trabalho, procurou-se construir uma aproximação da experiência de um grupo de cultura popular no que diz respeito à transmissão de seus valores e práticas entre as gerações e à transformação deles nesta passagem. Experiência, tal como é compreendida por Benjamin (1985), conta aqui como lente fundamental na medida em que requer do olhar do pesquisador um voltar-se sobre si mesmo, tendo em vista a elaboração do que ele encontra como sua matéria-prima. O trabalho de campo da pesquisa foi feito com o grupo de Jongo do Tamandaré (Guaratinguetá-SP), portador da herança de um ritmo brasileiro de origem africana, que foi tomado como interlocutor, no espírito da pesquisa etnográfica. A etnografia é tomada não como prescrição metodológica, mas como disposição intelectual (Geertz, 1978) a partir da qual o pesquisador se constitui como tradutor de sua própria experiência em campo junto a seus interlocutores, aberto a lógicas insuspeitadas e desconcertantes. No contexto de globalização e do investimento crescente nas ações de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial brasileiro, o processo de transmissão da cultura revelou-se como uma esfera de tensões, em que o repertório de saberes da memória coletiva e a linguagem das novas tecnologias disputam entre si e se hibridizam, configurando no grupo pontos de vista diversos e dilemáticos. Porém, para além da aproximação com essas forças de permanência e mudança que se contrapõe e se compõe no seio do grupo, o trabalho de campo suscita sobretudo indagações acerca de como os caminhos de transmissão da cultura criados nessa tensão se situam em relação à necessidade moral de elaboração e transmissão da experiência (Bosi, 1992). Nessa direção, é o próprio sentido mesmo da cultura como modo de estar no mundo (Arendt, 2005) e sua significância na teia de relações humanas que é retomado, tendo em vista uma visada qualitativa dos caminhos e desafios que a cultura popular e seus criadores vêm encontrando para deixarem, na sua passagem pela vida, um rastro (Ricoeur, 1997) |