Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Andrade, Guilherme Marques |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-08092021-115359/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A elevada demanda por transplante hepático (TH) frente à escassez de doadores têm levado à maior utilização de órgãos com critérios expandidos de aceitação, com consequente aumento da frequência de disfunção primária do enxerto (DPE), entidade clínica associada à perda precoce do enxerto. Não há na literatura definição consensual para DPE, tampouco ferramenta diagnóstica de elevada acurácia e fácil aplicação à beira do leito. A elastografia hepática (EH) tem sido crescentemente utilizada na avaliação de hepatopatias crônicas, sendo, contudo, subutilizada no período pós-operatório precoce de TH. OBJETIVO: Avaliar o desempenho da EH no pósoperatório precoce do TH como preditor de DPE e perda precoce do enxerto. MÉTODOS: Trata-se de estudo prospectivo observacional de acurácia diagnóstica. Sessenta e um pacientes adultos submetidos a transplante hepático com doador falecido foram incluídos e acompanhados durante 12 meses. As medidas de rigidez hepática (MRH) por point shear wave elastography (pSWE) foram realizadas diariamente durante os primeiros sete dias do período pós-operatório de TH. As medianas das MRH foram correlacionadas ao desenvolvimento de DPE e perda precoce do enxerto (óbito ou retransplante em 180 dias). RESULTADOS: Foram realizadas 412 MRH nos 61 TH incluídos. Vinte e sete (44,2%) deles desenvolveram DPE e 17 (27,8%) evoluíram para óbito ou retransplante. As MRH apresentaram valores ascendentes com pico no quarto dia de pós-operatório (2,12±0,45 m/s) e foram significantemente mais elevadas no grupo de pacientes com DPE (p < 0,001), independentemente do dia em que foram efetuadas. Quanto à DPE, as MRH do 1PO acima de 2,39m/s mostraram sensibilidade de 0,41, especificidade de 0,97, VPP de 0,92, VPN de 0,67, acurácia de 0,83, e LR+ de 13,85 para predizer o desfecho. Por outro lado, valores inferiores a 1,65m/s mostraram sensibilidade de 0,96 especificidade de 0,50, VPP de 0,60, VPN de 0,94, acurácia de 0,83, e LR- de 0,07 para excluir DPE. Quanto à perda precoce do enxerto, MRH do 1PO superiores a 2,25m/s mostraram sensibilidade de 0,76, especificidade de 0,98, VPP de 0,93, VPN de 0,91, acurácia de 0,93, e LR+ de 33,65 para predizer o desfecho. Por outro lado, valores inferiores a 1,75m/s mostraram sensibilidade de 0,94 especificidade de 0,64, VPP de 0,50, VPN de 0,97, acurácia de 0,93, e LR- de 0,09 para excluir o desfecho perda do enxerto. As MRH também se associaram à maior necessidade de reoperação (p=0,004) e hemodiálise (p<0,001), além de maiores períodos de hospitalização (p = 0,007) e em unidade de terapia intensiva (p < 0,001). Não houve variáveis interferentes nas MRH. CONCLUSÃO: a EH é um método capaz de predizer disfunção primária e perda precoce do enxerto no pós-transplante hepático com elevada acurácia e desempenho superior a outras ferramentas previamente citadas na literatura. |