Entre o espaço vivido e o espaço concebido: o desenho da preservação na raiz das tensões no açude e barragem do Cedro e nos monólitos de Quixadá, Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Claudio Antonio Vieira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-28082024-175855/
Resumo: O objeto de estudo diz respeito ao patrimônio cultural formado pelo conjunto do açude e barragem do Cedro juntamente com as formações rochosas graníticas, denominadas de monólitos. Estes são elementos do espaço geográfico que demarcam a simbiose do agenciamento do homem no ambiente sertanejo do municipio de Quixadá, Ceará. Encontramos a monumentalidade da natureza e o caráter estético e cultural do engenho humano. A combinação dos elementos desse espaço resultou em objetos que foram patrimonializados/tombados pelo IPHAN (1984 e 2004) e, atualmente, buscam o reconhecimento de Patrimônio Mundial (2015) e do Geoparque (2019), ambos por meio do dispositivo da Unesco. O objetivo foi problematizar, na perspectiva geográfica, o fenômeno das escolhas e dos conflitos decorrentes das políticas de proteção do patrimônio numa relação antagônica entre o espaço vivido e o espaço concebido, por meio do desenho da preservação que é um limite político. A hipótese levantada tratou do conflito relacionado ao desenho da preservação do espaço concebido pelo Estado (por meio das poligonais de tombamento) em oposição ao espaço vivido pelos grupos sociais (por meio da memória e do cotidiano). Nesse direcionamento, os processos de patrimonialização ocorridos em Quixadá interferiram na produção do espaço urbano, nas hierarquias, nos agentes de poder, nas apropriações e nas escolhas em detrimento à dimensão local. Assim, a perspectiva teórico-metodológica direcionou em uma análise que utilizou a memória, o patrimônio cultural e o urbano como categorias centrais. Compreendemos que o patrimônio é uma demanda social que envolve uma diversidade de sujeitos, atributos culturais, memórias e identidades e que foram revelados por meio das atividades de campo e da sistematização das entrevistas e depoimentos realizados. Ao mesmo tempo, revelou, através dos levantamentos documentais e dos produtos cartográficos produzidos, os limites da preservação, as tensões e conflitos, a fragmentação do local, os espaços sem proteção (denominados de vazios de preservação), e a sobreposição presente nos desenhos de preservação do espaço concebido. Dessa forma, os desdobramentos apronfundaram as relações socioespaciais da memória e do vivido no conjunto dos atributos culturais no campo do patrimônio; evidenciou como as engrenagens no dispositivo politico dos desenhos de preservação tem atuado; e permitiu pensar num instrumento metodológico (denominado de IDDO) para ser aplicado oportunamente aos patrimônios culturais categorizados enquanto paisagísticos, a exemplos dos encontrados em Quixadá