Interações medicamentosas potenciais em pacientes de unidade de terapia intensiva de um hospital universitário do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Lima, Rhanna Emanuela Fontenele
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-19032008-161437/
Resumo: Na prática clínica, é comum a associção de vários fármacos para o tratamento de patologias crônicas. Entretanto, agumas associações podem ter respostas indesejáveis para o paciente que resultam desde a ineficácia do tratamento medicamentoso até eventos adversos graves. As interações medicamentosas (IM) são exemplos de eventos adversos com medicamentos e para sua ocorrência contam-se fatores relacionados ao paciente, medicamento e com a prescrição. Quanto aos fatores de risco relacionados ao paciente, algumas populações, são mais vulneráveis as IM, tais como: idosos, pacientes submetidos à procedimentos cirúrgicos, em unidades de terapia intensiva e imunodeprimidos. Desta forma, esta investigação foi conduzida com o objetivo de analisar as potenciais interações medicamentosas em pacientes de uma Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário do Ceará. A análise dos prontuários ocorreu nos meses de julho e agosto de 2007. A população do estudo foi composta por todos os pacientes hospitalizados na UTI por mais de seis dias nos meses de junho de 2006 a junho de 2007. Após os critérios de inclusão, foram selecionados 102 pacientes, destes, 74 (72,5%) apresentaram 311 potenciais interações medicamentosas. Quanto as características sócio demográficas e clínicas dos pacientes, verificou-se que as IM ocorreram com maior frequências nos pacientes do sexo femino 47 (64%), na faixa etária dos 63 a 72 anos 17 (23%), com tempo de permanência na UTI por um periodo de seis a dez dias 42 (56,7%) e em portadores de doenças do aparelho circulatório 115 (25,2%). Quanto ao númemero de medicamentos, os pacientes que apresentaram interações medicamentosas receberam mais do que o dobro de medicamentos comparado aos pacientes sem IM. A Classe medicamentosa mais frequente no estudo foi a dos medicamentos do Aparelho digestivo e metabolismo 474 (25,7%), entretanto, as IM foram mais frequntes entre os medicamentos do Sistema Nervoso 124 (40%). Dentre estes destacam-se o midazolam 65 (20,8%) e o fentanil 21 (6,7%). Verificou-se que dos 1845 medicamentos analisados, 1140 (61,8%) foram aprazados para o mesmo horário, destes 844 (74%) apresentaram potencial para interações medicamentosas, sendo o horário das 6 horas o que concentrou maior número de medicamentos administrados. Dentre as vias de administração de medicamento, a via intravenosa foi a via mais freqüente no estudo 1151 (62,3%). Quanto as IM, verificou-se que a associação do midazolam com o fentanil 45 (14,5%) e midazolam com o omeprazol 19 (6,1%), foram as IM mais freqüentes no estudo. Quanto a classificação das IM identificou-se que: 150 (48,2%) apresentaram perfil farmacocinético; 173 (55,4%) de início demorado; 170 (54,7%) de moderada gravidade; 189 (60,6%) apresentaram boa documentação científica. O manejo clínico mais freqüente no estudo foi Observar sinais e sintomas com 221 (47,9%) das recomendações. Salienta-se que 80% das ações para minimizar ou até evitar os efeitos indesejáveis das IM podem ser realizados pelo enfermeiro. No entanto, para que as intervenções ocorram de fato é importante que o enfermeiro tenha conhecimento quanto aos mecanismos farmacológicos das interações medicamentosas, bem como seus fatores precipitantes.