Estudo de utilização da varfarina em pacientes hospitalizados: análise do risco de interações medicamentosas e reações adversas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Guidoni, Camilo Molino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-09012013-160634/
Resumo: Introdução. A varfarina tem sido considerada a principal terapêutica anticoagulante oral há aproximadamente 50 anos, estando entre os dez medicamentos mais envolvidos com reações adversas a medicamentos (RAM), apresenta estreita janela terapêutica e complexo regime posológico, exibe enorme variabilidade doseresposta e elevado risco de interações medicamentosas (IM). Objetivo. Identificar e avaliar as IM e RAM relacionadas com a administração da varfarina. Casuística e Métodos. Trata-se de um estudo transversal. Os dados foram coletados retrospectivamente através do banco de dados informatizado do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo pertencente ao Sistema Único de Saúde. As prescrições de janeiro/2004 a dezembro/2010 dos pacientes que utilizaram varfarina foram analisadas, sendo os pacientes divididos em dois grupos: estudo (uso de vitamina K até 168 horas após prescrição de varfarina) e controle. Posteriormente, as prescrições medicamentosas que não continham varfarina foram excluídas da análise. As informações coletadas incluíram idade, gênero, raça, unidade de atendimento, diagnóstico clínico, doses e medicamentos, e exames laboratoriais. As IM com varfarina foram classificadas em risco A, B, C, D e X de acordo a base de dados da Lexi-Interact(TM) Online. Foi realizada análise descritiva e analítica (p<0,05). Resultados e Discussão. Foram identificados 3048 pacientes, os quais receberam 154161 prescrições medicamentosas (42120 continham varfarina). A idade média foi de 55,8 (±19,3) anos, 53,2% do gênero feminino, prevalência de idosos (48,1%) e do diagnóstico outras doenças cerebrovasculares específicas (4,3%). Os valores médios da international normalized ratio (INR) (2,4±1,7) e dose de varfarina (5,1±1,8mg) encontraram-se dentro dos preconizados pelos protocolos terapêuticos. Foi observado que 66,4% dos pacientes realizaram uso de polifarmácia, o que pode elevar o risco de IM. Além disso, 63,2% dos pacientes apresentaram prescrição(ões) de medicamentos classificados como risco D e/ou X, com média de 1,4 (±0,4) medicamento/prescrição, destacando-se o ácido acetilsalicílico e amiodarona. Quando comparado grupo de estudo (n=429) versus controle (n=2619), houve diferença estatisticamente significativa na idade média (anos) (59,0±18,8 vs. 55,5±19,3; p<0,000), número médio de medicamentos/prescrição (7,1±2,8 vs. 6,2±2,8; p<0,000), número médio de medicamentos de Risco D e X de IM por prescrição (1,4±1,3 vs. 1,0±1,0; p<0,000), albumina sérica (g/dL) (3,4±0,6 vs. 3,7±0,6; p<0,000), aspartato aminotransferase (U/L) (60,7± 200,6 vs. 41,5±84,5; p<0,005) e INR (4,9±3,4 vs. 2,1±0,7; p<0,000), fatores estes que podem ter contribuído para ocorrência de RAM no grupo de estudo. Conclusão. Observou-se elevada ocorrência de possíveis IM e RAM nos usuários de varfarina, as quais podem comprometer a efetividade e segurança do tratamento farmacológico. Como possíveis fatores de risco para ocorrência de RAM, destacam-se elevados valores de idade, número de medicamentos/prescrição, prescrição de medicamentos classificados como risco D e/ou X, de INR e de aspartato aminotransferase, e valores diminuídos de albumina sérica.