Estudo do papel do eixo IL-6/STAT-3 e G-CSF no microambiente tumoral e a nível sistêmico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rodríguez, Gretel Rodríguez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-20042022-145255/
Resumo: A infecção por Papilomavírus Humano (HPV) de alto risco oncogênico é o principal fator etiológico do câncer cervical e uma porcentagem de outros cânceres anogenitais e orofaríngeos. Grupos de pesquisa mostraram que as células transformadas por HPV secretam IL-6 e G-CSF. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o papel da IL-6 e G-CSF e a sinalização por STAT-3 em um modelo experimental associado ao HPV observando o microambiente tumoral e os efeitos sistêmicos do tumor sobre o sistema imune. Para isso, utilizamos a linhagem celular TC-1 que expressa os oncogenes E6 e E7 de HPV16 e Ha-ras. Este modelo experimental de tumor reproduz várias características do câncer do colo do útero. Animais C57BL/6 foram inoculados com células tumorais TC-1 por via subcutânea. Quando os tumores ficaram palpáveis, os camundongos foram tratados com anticorpos neutralizantes anti-G-CSF e/ou anti-IL-6 a cada 3 dias. Observamos que cada anticorpo neutralizante, de maneira independente, inibiu significativamente o crescimento do tumor, enquanto que a combinação de ambos foi ainda mais eficiente. Também, o anti-G-CSF ou combinação dos anticorpos reduziu a frequência das células mielóides na medula óssea e no baço. Houve um aumento na frequência de células T CD8&#43 nos tumores de camundongos tratados com anticorpos anti-IL-6 ou combinados. Observamos que a via NF-B apresentou maior fosforilação de p65 nas células apresentadoras de antígenos (APCs) e células T do baço dos camundongos tratados. Portanto, nós hipotetizamos que a via STAT-3 poderia interferir na sinalização de NF-B, de modo que após induzir os tumores, os animais foram tratados ou não com NSC 74859 (inibidor farmacológico de STAT-3) diariamente. Observamos que a inibição da STAT-3 reduziu significativamente o crescimento tumoral, reduziu a frequência de células mielóides no baço e houve o aumento dos linfócitos T CD8&#43 no infiltrado tumoral e promoveu um aumento na expressão de p65 NF-kB nos tumores e no baço. Além disso, promoveu um aumento na proliferação de linfócitos T CD8&#43-in vitro. Em seguida, após induzir os tumores em camundongos C57BL/6 foram tratados com NSC 74859 ou com o veículo ou com a combinação de NSC 74859 e JSH-23 (inibidor de NF-B). Observamos que o efeito do tratamento com NSC74859 de diminuição do crescimento do tumor foi parcialmente perdido nos animais tratados simultaneamente com o inibidor de NF-B. Finalmente, reconstituímos camundongos RAG1-/- que apresentaram tumor com linfócitos de doadores com tumor C57BL/6 tratados com inibidor STAT-3 ou controles. Observamos que os linfócitos transferidos adotivamente de doadores com tumor tratados com NSC 74859 protegiam os receptores contra o crescimento do tumor. Os linfócitos de ambos os doadores foram capazes de colonizar os linfonodos, e os dos doadores tratados pareciam ser mais eficientes na infiltração no tumor. Nossos dados indicam que IL-6 e G-CSF expressos no microambiente tumoral possuem efeitos locais e sistémicos que promovem o aumento nas populações de células mielóides com potencial fenótipo imunossupressor contribuindo com a diminuição de infiltrado de linfócitos T e a inibição de NF-B, provavelmente através da interferência da via STAT-3, fatores que em conjunto podem estar favorecendo a evasão imune tumoral.