Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Lima, Leonardo Judson Galvão de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-02082024-090754/
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Resumo: |
Apesar dos inúmeros avanços no tratamento da infecção por HIV desde o reconhecimento da epidemia, muitas questões permanecem em aberto e dificultam o desenvolvimento de terapias efetivas que auxiliem a manutenção da integridade da resposta imune dos indivíduos infectados. Nesse contexto, ao longo dos anos diversos trabalhos tem evidenciado o papel-chave dos macrófagos durante a patogênese da infecção por HIV-1. Estas células podem atuar como importante reservatório viral ao longo da infecção por HIV, apesar de apresentarem um conjunto complexo de sensores intracelulares, os quais são responsáveis pelo reconhecimento de padrões moleculares associados a patógenos ou ao perigo. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar os mecanismos virais e celulares ativados durante a infecção por HIV-1 que possibilitam a evasão da resposta imune e a persistência da replicação viral em macrófagos humanos. Em paralelo, nós também realizamos a caracterização fenotípica inicial de YSDMs e MDMs, subpopulações de macrófagos ontogenicamente distintos, isoladas do fígado de primatas não-humanos cronicamente infectados por SIV. Nossos resultados indicaram a liberação de IL-1β e de outras citocinas inflamatórias apenas em MDMs resting infectados in vitro, mas não em células ativadas nos padrões inflamatório ou relacionado ao reparo tecidual. De modo semelhante, a expressão gênica e ativação de proteínas não indicou a ativação do inflamassoma em MDMs infectados. Com base nas predições de interação obtidas in silico entre proteínas virais e do hospedeiro, a presença de HIV-1 Gag e HIV-1 Vpr seriam fundamentais para o sucesso da infecção viral, uma vez que elas podem interagir com proteínas celulares (como PTGES e BCL2), prejudicando a ativação da resposta imune. Considerando esta hipótese, avaliamos a produção de ROS e liberação de mediadores lipídicos no sobrenadante de MDMs infectados. A análise desses resultados sugere que a infecção por HIV-1 interfere na liberação de ROS de forma distinta entre os estágios de ativação de macrófagos, prejudicando especialmente a liberação deste mediador por MDMs resting ou ativados no padrão relacionado ao reparo tecidual, mesmo após adição de PMA. De forma semelhante, não foi observado aumento na liberação de trans-LTB4 no sobrenadante de MDMs infectados, mesmo após estímulo com ionóforo de cálcio. A análise por imunofluorescência de MDMs infectados com HIV revelou a ocorrência de alterações estruturais na mitocôndria e maior presença de BIM, proteína relacionada à apoptose pela via mitocondrial. Em conjunto, nossos dados sugerem que proteínas virais (como HIV-1 Gag e Vpr) podem interagir com proteínas do hospedeiro desde as etapas iniciais da infecção viral em macrófagos, prejudicando a ativação do inflamassoma, o desenvolvimento da resposta imune e contribuindo para o sucesso da infecção viral. Adicionalmente, considerando a diferença na ontogênese de macrófagos presentes nos tecidos, sugerimos um novo painel de marcadores que podem ser úteis para diferenciar por citometria de fluxo os MDMs e YSDMs obtidos de primatas não-humanos. |