Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Morita, Thâmara Cristiane Alves Batista |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-26042023-165402/
|
Resumo: |
INTRODUÇÃO: A vasculopatia livedoide é uma doença rara, que cursa com livedo racemoso, úlceras extremamente dolorosas e cicatrizes do tipo atrofia branca nos membros inferiores. O principal achado histopatológico da doença consiste na trombose de vasos dérmicos, na ausência de vasculite verdadeira. No entanto, diversos aspectos de sua etiopatogenia permanecem por ser esclarecidos. Os macrófagos são importantes células efetoras imunes, que podem sofrer polarização a depender do estímulo e do ambiente tecidual. Uma superativação de células M1 tem sido proposta como mecanismo patogênico de várias doenças autoimunes crônicas. Por sua vez, o subconjunto de macrófagos M2 tem papel importante na resolução da inflamação, angiogênese, e reparo tecidual. A função de macrófagos em doenças trombóticas não está totalmente estabelecida. OBJETIVO: O objetivo principal deste trabalho foi avaliar a população de macrófagos de fenótipo M1 e M2, bem como de marcadores do inflamassoma em pacientes com vasculopatia livedoide. MÉTODOS: Estudaram-se 24 pacientes com diagnóstico clínico e histológico de vasculopatia livedoide. A partir dos blocos de parafina da biópsia de pele, foram realizados cortes histológicos dos 24 pacientes e de mais 9 controles sem a doença. Utilizou-se então a técnica de imuno-histoquímica com os anticorpos anti-CD163, CD206, CMAF e pSTAT1 para caracterizar a presença e o perfil fenotípico dos macrófagos expressos na vasculopatia livedoide. A ativação do inflamassoma foi demostrada pelos anticorpos NALP1, NALP3, IL1- e caspase-1. RESULTADOS: Houve predomínio da vasculopatia livedoide em pacientes do sexo feminino com idade média de 33.75 anos. Todos os pacientes apresentaram sinais de doença localizada nos membros inferiores. A maior parte deles apresentou lesões em regiões perimaleolares, dorso dos pés e pernas, respectivamente, mas geralmente em uma combinação dessas localizações. A duração média do início dos sintomas até o diagnóstico, quando informada (17 pacientes), foi de 64 meses, tendo variado entre 2 e 180 meses. Lipoproteína A acima do limite de corte foi detectada em 16 pacientes. Em 19 casos, estava disponível resultado de ultrassonografia com doppler de membros inferiores, 5 dos quais apresentavam evidências de doença venosa de membros inferiores concomitante. Os marcadores CD163, CMAF, pSTAT1, NALP1 e caspase-1 apresentaram diferença estatisticamente significante entre os controles e os casos. CONCLUSÃO: O achado de marcadores do fenótipo M2 representa um novo campo de pesquisa na etiopatogenia da vasculopatia livedoide. Todavia, a maior parte das doenças está frequentemente associada a alterações dinâmicas na ativação de macrófagos, com células M1 envolvidas no início e na sustentação da inflamação e células M2 ou M2-símile associadas à resolução ou à inflamação crônica latente. Assim, longe de serem apenas ativados ou desativados por citocinas pró-inflamatórias versus anti-inflamatórias, os macrófagos podem adotar uma variedade de fenótipos em resposta a diferentes ambientes bioquímicos, assim como à dose e à duração dos estímulos ativadores |