Avaliação de aspectos da saúde e características do treinamento de atletas ativos de fisiculturismo em diferentes modalidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Coraucci Neto, Bruno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-19072018-112211/
Resumo: No fisiculturismo a estética corporal é mais importante que o desempenho atlético. A preparação do atleta envolve treinamento resistido (TR) de alto volume e intensidade, estratégias drásticas de alimentação e uso de substâncias farmacológicas (FARM). Atualmente, pouco é conhecido sobre os riscos à saúde aos quais os atletas desse esporte estão submetidos. Objetivos: Identificar o perfil dos atletas ativos no fisiculturismo, em diferentes modalidades, quanto a aspectos da saúde e identificar as características do TR e treinamento aeróbio (TAE) utilizados. Métodos: Foram avaliados 510 atletas, masculino e feminino, ativos no fisiculturismo e afiliados à Confederação Brasileira de Musculação, Fisiculturismo e Fitness; média de idade de 30,17 ± 7,54 anos. A coleta de dados foi realizada durante eventos estaduais e nacionais. Questionário sobre aspectos de saúde e características de treinamento foi aplicado. Foram obtidas as medidas da circunferência do braço direito e abdominal, 3 medidas de pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC) com monitores automáticos OMRON HME-431. O peso corporal (PC) e a estatura (EST) foram medidos seguindo-se o procedimento oficial dos eventos. Análise Estatística: Utilizou-se média e desvio padrão para as características descritivas, teste Qui-quadrado para parâmetros qualitativos e coeficiente de Pearson pra análise de correlação entre os grupos, com nível de significância p<0,05. Resultados: Foi evidenciado índice de massa corporal (IMC) de 26,16 ± 2,48 Kg/m2 e 22,34 ± 2,15 Kg/m2 (p<0,253), para os atletas do sexo masculino e feminino, respectivamente. Em aspectos de saúde, 6,6% responderam ter doença crônica e, destes, 88,9% não utilizavam medicamento regularmente; relataram ser hipertensos, 1,9% dos atletas, entretanto, 15,74% apresentaram medidas de PA elevadas e 52,5% relataram ter utilizado substância farmacológica proibidas no esporte nos últimos 6 meses anteriores a pesquisa; o acompanhamento por profissional de educação física, nutricionista e médico ocorreu na maioria dos relatos, mas os homens apresentaram menores taxas de seguimento do que as mulheres; o número de atletas sem acompanhamento de profissional de educação física foi maior em indivíduos com PA elevada em comparação a indivíduos com a PA normal (25%; 14,79%; p<0,031). Na fase off-season o treinamento apresentou volume condizente às diretrizes do American College of Sports Medicine (ACSM); na fase PRE, o volume foi mais alto que o indicado pelo ACSM para a maioria dos atletas. Apenas 3,3% dos atletas relataram não utilizar exercício aeróbio na preparação; a maioria utiliza o treinamento aeróbio em jejum. Conclusão: Os atletas do fisiculturismo estão submetidos a treinamento resistido de alto volume e estão expostos a significativos fatores de risco à saúde, como desconhecimento quanto a doenças crônicas, elevado uso de substâncias farmacológicas proibidas no esporte e menor acompanhamento de saúde no sexo masculino.