Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Barreda, Suzana Vinicia Mancilla |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-28062017-152350/
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Resumo: |
Esta tese trata sobre o ensino e aprendizagem de português considerado a priori língua estrangeira na fronteira Bolívia-Brasil, especificamente nos municípios confrontantes de Puerto Quijarro e Corumbá. Objetivamos investigar os conceitos que permeiam a noção de interculturalidade, assim como evocar seus significados e as marcas que eles imprimem no processo de aprender e ensinar línguas. Para começar, abordamos o contexto em duas perspectivas: detalhamos conceitos basilares de cultura(s), identidade(s) e interculturalidade(s) (ALBÓ, 2010; BAUMAN, 2005; BOSCHETTI; PEÑA CLAROS, 2008; GUERRERO ARIAS, 2002, 2010; WALSH, 2010) e investigamos o lugar e as línguas ancestrais, transnacionais e de contato dada sua peculiaridade liminar (CALLISAYA APAZA, 2012). As noções de fronteira e contexto foram balizadas em Camblong (2012); Costa (2013, 2015, 2016) e Van Djik (2012). Tomamos como base os estudos de Almeida Filho (1995; 2004; 2007; 2011); Carvalho (2002), Ferreira (2006) e Scaramucci (2010) para aprofundar conhecimentos no campo do ensino de português para falantes de outras línguas, em especial de espanhol. Esse suporte teórico configura-se fundamental para responder a questão: o processo de aprender e ensinar português como língua estrangeira em um contexto fronteiriço pode ser aprimorado utilizando-se estratégias e práticas interculturais, entendida a interculturalidade sob as perspectivas dos alunos e professores? Dessa pergunta derivaram as hipóteses desta tese: a análise aprimorada do contexto, considerando-se as especificidades da fronteira, pode contribuir para a formulação de conceitos interculturais; as práticas interculturais do cotidiano estão presentes no ensino e aprendizagem da língua do outro no espaço fronteiriço; as noções de interculturalidade que subjazem à compreensão dos aprendizes e professores expressam-se no ensino e aprendizagem de uma língua de fronteira; contextos específicos exigem metodologias de ensino específicas. A posteriori emergiu uma nova hipótese vinculada à formação do professor como mediador dos significados intertextuais entre os aprendizes e a língua alvo. Para responder a indagação central e verificar se as hipóteses se confirmavam ou deveriam ser refutadas, realizamos um curso de português em que estiveram envolvidos alunos bolivianos, falantes de castelhano e discentes brasileiros do curso de Letras português e espanhol da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, campus do Pantanal, na função de professores. Adotamos a metodologia da pesquisa-ação (THIOLLENT, 2009; TRIPP, 2005), consoante com a proposta deste trabalho que prima pelo desenvolvimento de uma pesquisa social (FRANCO, 2005; MCNIFF, 2002). Utilizamos os seguintes instrumentos de coleta de dados: entrevistas e questionários com perguntas abertas e fechadas, aplicados aos participantes da ação e diários de campo para o registro das suas ponderações e reflexões. A análise dos dados correspondeu à pesquisa explicativa, identificando fatores que relacionassem as informações coletadas às bases teóricas. Concluímos que a interculturalidade é um caminho que permite estar aberto ao outro para estabelecer uma comunicação dialógica; evidenciamos as práticas culturais como um meio de aprender línguas e observamos que a prática dos alunos proporciona subsídios importantes para a formação de professores. Nossas discussões e reflexões também nos levam a propor a designação português língua de fronteiras, como uma subespecialidade necessária para os contextos fronteiriços. |