Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Alves, Adriana Célia [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/183060
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Resumo: |
Na primeira década do século XXI, fatores mundiais de caráter político e econômico contribuíram para a procura da aprendizagem do português como língua estrangeira (PLE) no Brasil e no exterior (MEYER, 2015). Nos últimos 25 anos, nas escolas de idiomas de São Paulo houve aumento de cem por cento do número de alunos que procuram aprender português. E há cursos de português como língua estrangeira oferecidos também em universidades brasileiras e estrangeiras (ALMEIDA FILHO, 2011). Consequentemente, há uma reflexão sobre políticas linguísticas, sobre a formação de profissionais e sobre produção de materiais voltados para o ensino-aprendizagem de PLE. Assim, este trabalho, inserido no campo da Linguística Aplicada, visa a discutir e a contribuir para o ensino e aprendizagem de português como língua estrangeira, a partir da inter-relação entre língua e cultura, promovendo ações didático-metodológicas com músicas brasileiras. Os objetivos específicos foram: identificar as microesferas culturais (PAIVA, 2009) recorrentes nas interações de Teletandem e de diários reflexivos, que nortearam a elaboração de tarefas didáticas; verificar as representações interculturais de aprendizes de PLE, francófonos, em um curso ministrado em uma universidade francesa; e averiguar as potencialidades das tarefas didáticas propostas com músicas, observando suas contribuições no ensino de PLE, sob a perspectiva intercultural. Foram analisadas doze interações e 120 diários reflexivos, dos quais, sob uma análise interpretativa, depreendemos as seguintes microesferas culturais: A) Características dos países: Brasil e França; B) Cotidiano: moradia, meios de transporte, funcionamento da universidade, clima, férias e culinária C) Desigualdades sociais: violência e pobreza, sistema penitenciário e preconceito; D) Comemorações: festas típicas e feriados. A partir das microesferas verificadas, elaboramos um curso de PLE, segundo a Educação intercultural, a Abordagem Comunicativa Intercultural (BIZARRO e BRAGA, 2004; VIANA, 2003; SANTOS, 2004), o letramento literomusical (COELHO DE SOUZA, 2014) e o conceito de tarefas (SCARAMUCCI, 1996). O curso foi oferecido em uma universidade francesa para aprendizes de nível intermediário. Foram ministradas seis aulas, as quais foram gravadas e transcritas. Em análise interpretativa das aulas, verificamos, nos discursos dos estudantes, as representações interculturais (AUGER, 2003) mais recorrentes, que são: representações etnonímicas, relacionadas às características do povo brasileiro, como a alegria e a miscigenação, e as representações toponímicas, relacionadas à percepção global do país, como a vegetação, o clima, as desigualdades, os problemas econômicos e ambientais, a violência, as pessoas célebres citadas, o futebol e o carnaval. Nesse curso, por meio das análises das representações interculturais, foi possível, ainda, perceber as potencialidades didáticas das tarefas propostas com músicas, e registrar as contribuições delas no ensino de PLE a partir da perspectiva intercultural. Consideramos, portanto, que a música pode contribuir para reflexões sobre identidade/alteridade, discussões sobre estereótipos e preconceitos, questões históricas e sociais. Houve, também, trocas, aproximações e reconhecimentos interculturais e motivação para aprender o PLE. |