Interculturalidade e formação de professores em curso de imersão para o Celpe-Bras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Diniz, André Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-28052020-184420/
Resumo: Esta pesquisa objetiva contribuir para as práticas de ensino de português como língua adicional (PLA) em um curso preparatório para o exame Celpe-Bras em ambiente de imersão, com a proposição de intervenções na preparação de professores em formação, estagiários do programa, buscando um aperfeiçoamento em suas abordagens e conteúdos no que tange ao desenvolvimento da competência intercultural dos aprendizes estrangeiros. Esse contexto de ensino e aprendizagem conta com a regência de aulas por professores estagiários e turmas compostas por alunos de origens, línguas e culturas diversas, que vêm ao Brasil sem nenhuma preparação prévia e quase nenhum conhecimento acerca do país e suas culturas. Em cerca de oito meses, eles devem ser aprovados naquele exame de proficiência, requisito para a participação do Programa Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) na Universidade Federal do Pará (UFPA). Essas especificidades, aliadas à observação de que alguns aprendizes apresentam um desempenho muito abaixo em relação ao restante da turma, mesmo após alguns meses de curso, e que parte deles acaba por reprovar no exame, levaram a uma investigação da relação entre a atuação docente segundo uma abordagem intercultural nas aulas de PLA e a adoção de comportamentos e atitudes mais receptivos por aqueles alunos aos falantes de outras línguas e culturas, nativos ou não, e suas produções culturais, o que, em tese, geraria um maior proveito das oportunidades inerentes à convivência em um ambiente de imersão. Foi realizado, então, um estudo de caso qualitativo (ANDRÉ, 2013) com a turma de 2017, cujos sujeitos de pesquisa foram quatro professores estagiários e os seus dezenove alunos. O estudo documental e bibliográfico contou com um levantamento preliminar da literatura acerca do PEC-G, do Celpe-Bras, de crenças e suas mudanças na área de ensino e aprendizagem de línguas, cultura, interculturalidade e competência comunicativa intercultural (CCI) e aprendizagem de línguas em contexto de imersão. A investigação e análise das crenças dos sujeitos foi realizada segundo a abordagem contextual, com distintos instrumentos de coleta de dados: questionários, entrevistas e observações de aula. Foram também entrevistados, para maior detalhamento do contexto em questão, uma professora informante, a coordenadora do programa e o presidente da Associação dos Estudantes Estrangeiros da UFPA. Após a análise dos dados, foi observada lacuna na preparação de três dos estagiários em relação ao ensino e à abordagem de cultura e interculturalidade nas aulas de PLA, bem como reações como confronto, indignação expressa, omissão e interrupção da aula para o recurso imediato à coordenação em incidentes que envolveram choques entre as culturas em jogo em sala de aula. Foi desenhada, então, uma proposta interventiva visando a uma complementação de sua formação no que tange ao gerenciamento do choque cultural de alunos e professores, a abordagem de cultura e interculturalidade em aulas de línguas e o desenvolvimento da CCI dos aprendizes estrangeiros em imersão, nos moldes do cronograma de preparação docente do curso em questão.