Associação entre percepção sobre características de vizinhança e aterosclerose subclínica: um estudo transversal no ELSA-Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bezerra, Clarissa Willets
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-06072020-170315/
Resumo: Introdução: Viver em uma vizinhança com contexto socioeconômico desfavorável pode aumentar o risco de doença coronariana. Entretanto, o impacto das características da vizinhança na aterosclerose subclínica e seu papel nos fatores de risco cardiovasculares ainda não foi estudado em países pobres. Objetivo Este estudo pesquisou a associação entre percepção de características de vizinhança e a prevalência de aterosclerose subclínica em uma grande amostra de adultos, utilizando dados transversais do ELSA-Brasil. Métodos: Participantes livres de doença cardiovascular clínica responderam a um questionário desenhado para acessar suas percepções acerca de seis domínios sobre características de sua vizinhança: coesão social, disponibilidade de alimento saudável, ambiente para atividade física, segurança, violência percebida e vitimização pessoal. A pontuação de cada domínio foi utilizada como variável independente. A aterosclerose subclínica foi medida pela EIMC (variável dependente). Modelos de regressão linear ajustados para variáveis demográficas, socioeconômicas e cardiovasculares foram utilizados para verificar a associação. Resultados: Foram examinados 9.923 participantes (média de idade = 51,5±8,9 anos, 44% homens, 55% brancos). Na análise ajustada para idade, sexo e anos de residência, melhor percepção de ambiente para atividade física (beta = -0,62, intervalo de confiança de 95% [IC 95%] = -1,01; -0,23, p = 0,002) e menor violência percebida (beta=-1,95, IC 95% = -2,96; -0,94, p < 0,001) mostraram associação com menor EIMC. Curiosamente, baixa percepção de vitimização pessoal esteve associada com maiores EIMC (beta = 10,70, IC 95%= 4,55; 16.85, p = 0,001). Uma interação limítrofe entre sexo e dois domínios foi encontrada: melhor coesão social foi associada a maior EIMC entre mulheres e melhor segurança foi associada a menor EIMC entre homens. Análise estratificada por tempo de residência e modelos de imputação múltipla reforçaram os resultados. Conclusão: A percepção de morar em local com melhor ambiente para atividade física e menor violência percebida na vizinhança foram associados à menor EIMC. Menor nível de estresse psicossocial e menor sedentarismo podem explicar a proteção