Gritos e sussurros: a interconsulta psicológica nas unidades de emergências médicas do Instituto Central do Hospital das Clínicas - FMUSP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Rossi, Luciane de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-12022009-121121/
Resumo: Situações críticas e emergenciais permeiam todos os setores do hospital, mas ocorrem prioritariamente no Pronto-Socorro e nas Unidades de Terapia Intensiva. Estes cenários são marcados por sofrimento físico e emocional intensos; limites de diversas ordens; imprevisibilidade; vivências de perdas e morte. Vivências que geram uma angústia que pode ultrapassa o limiar de contenção dos atores nesse cenário pacientes, familiares e equipe de saúde e implicam a necessidade de intervenção psicológica. A interconsulta psicológica é uma modalidade de intervenção que permite considerar a demanda institucional, que inclui a subjetividade nas relações da equipe, e a assistência psicológica aos pacientes e a seus familiares. O presente trabalho utilizou o método da pesquisa clínico-qualitativa para descrever o serviço de interconsulta psicológica nas unidades de emergências médicas do Instituto Central do Hospital das Clínicas FMUSP. São apresentados cinco relatos de interconsulta, a partir das intervenções junto aos pacientes e junto aos profissionais envolvidos no caso (médicos, auxiliares de enfermagem, enfermeiros e assistentes sociais). Os casos foram analisados por meio do referencial psicanalítico freudiano e evidenciaram que nas unidades de emergência existem urgências físicas e subjetivas, cujo impacto atinge o paciente, seus familiares e os profissionais que se relacionam com ele. A relação pacienteprofissional de saúde aparece repleta de conteúdos inconscientes e transferenciais A equipe vivencia sofrimentos psíquicos relacionados a identificações com o paciente e principalmente ao sentimento de impotência. Observa-se que esse sofrimento interfere na conduta do profissional e, conseqüentemente, na assistência que ele oferece. A intervenção da psicóloga interconsultora permitiu a explicitação de conflitos inconscientes e a intermediação das relações entre pacientes e equipe de saúde.