Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Santos, Rubia Fernanda Panegassi dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-30012020-102212/
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Resumo: |
No ano de 2007, a população global urbana excedeu a população global rural. Entre as consequências dessa mudança, muitas cidades, principalmente de países em desenvolvimento, passaram a presenciar aumentos nos níveis de pobreza, desemprego e situação de insegurança alimentar e nutricional. Nesse cenário, a denominada agricultura urbana e periurbana emergiu como estratégia para combater esses problemas. Entretanto, no aspecto conceitual, nesta pesquisa é problematizada a tendência da associação da agricultura ao termo urbano e periurbano definida pela localização. Assim, na busca de compreender essa expressão, realizamos aprofundamentos teóricos e pesquisa de campo, a partir da realidade social, com o objetivo de criticar a definição e a utilização da expressão agricultura urbana e periurbana como um marco conceitual que caracterizaria a produção agrícola que ocorre na cidade. A partir das considerações teóricas sobre o termo urbano, eventualmente utilizado como adjetivo da agricultura que ocorre na cidade, destacaram-se duas perspectivas: a nova ruralidade, através da abordagem territorial (não-setorial); e a urbanização completa da sociedade, através da abordagem dialética. Por um lado, diante do contexto atual brasileiro, a nova ruralidade não revela as contradições na realidade social após a modernidade levar para o campo a mesma forma de vida das cidades incluindo as relações de trabalho e de produção, além de tender a transformar o espaço rural em objeto de consumo. Por outro lado, a compreensão da urbanização como uma racionalidade urbana, cuja finalidade é a manutenção do capital, e que perpassa a sociedade de maneira hegemônica, nos possibilita expor as contradições e implicações resultantes dessa, a partir da (re)estruturação territorial e social. Com relação aos resultados da pesquisa de campo, a realidade social dos produtores agrícolas e membros da Associação de Agricultores da Zona Leste (AAZL) foi fundamental para exemplificar as reestruturações provocadas por essa racionalidade, representadas nas mudanças do uso do solo, com implicações negativas para os produtores que vivem da agricultura. Ao final da dissertação, concluímos que caracterizar a agricultura que ocorre na cidade como urbana e periurbana não seria adequado, considerando o uso do termo urbano inserido em uma racionalidade que se expressa tanto no campo como na cidade, portanto, não deve ser associado a uma localização específica. Ademais, o conhecimento do grupo de agricultoras e agricultores da AAZL nos possibilitou estudar, nas suas perspectivas, as relações estabelecidas através da propriedade e na propriedade, bem como as formas de comercialização e de condução de suas produções, compreendidas dentro de um contexto histórico e atreladas às dimensões política, econômica, social e ambiental. Os resultados também evidenciaram o quanto a agricultura na cidade é capaz de oferecer benefícios e sensações positivas, tanto para os produtores como para a sociedade do entorno. No entanto, para que esses efeitos continuem presentes na cidade será necessário iluminar a situação dos agricultores, e assim, promover as condições para que eles possam continuar revelando ao restante da sociedade, os benefícios derivados da agricultura na cidade |