Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Laura Martins de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-14042021-095021/
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Resumo: |
Esta pesquisa investiga a produção da agricultura urbana (AU) em contextos de vulnerabilidade social em sete hortas localizadas na zona Leste de São Paulo e em dois Parques Hortícolas de bairros sociais de Lisboa, Portugal, em torno do seguinte questionamento: \"Como se constrói a Agricultura Urbana em regiões de vulnerabilidade social na zona Leste de São Paulo e em Parques Hortícolas de Lisboa, Portugal e como os agentes presentes nessas localidades operam nesses processos?\". O estudo é ancorado nas Ciências Sociais e Humanas, notadamente na Perspectiva Multinível, Transição para a Sustentabilidade e em estudos que fundamentam a Agricultura Urbana e Periurbana. Parte-se da hipótese que a AU pode viabilizar possibilidades de combate às desigualdades estruturais em contextos de vulnerabilidade social, propiciando: geração de renda; melhorias na qualidade de vida de agricultores (as) urbanos (as); ampliação na produção e acesso de alimentos adequados ao consumo humano; e preservação ambiental. Nessa direção, a pesquisa identifica e analisa os múltiplos agentes - poder público, empresas privadas e mistas, organizações da sociedade civil e agricultores (as) - e as dinâmicas instauradas entre eles que, em conjunto, produzem a agricultura urbana nas respectivas localidades. Trata-se de estudo qualitativo fundamentado na Observação Participante, metodologia que proporciona densa descrição dos dados, em interlocução com a literatura da área. Na zona Leste de São Paulo, os resultados mostram: (a) o crescente protagonismo feminino na AU agroecológica, associado ao empreendedorismo popular e à conscientização das injustiças que agricultoras enfrentam; (b) as disputas entre modelos de gestão de hortas e concepções de cultivo; (c) desafios das transições sociotécnicas no que se refere às regulamentações e operacionalização das hortas; (d) a necessidade de diversificação de fontes de financiamento; (e) garantias de acesso e permanência nos terrenos das hortas. Em Lisboa, os resultados mostram: (a) o caráter fortemente regulatório da AU materializado no projeto Parques Hortícolas; (b) o potencial inexplorado de mobilização e participação popular de agricultores (as) em bairros sociais e de inovação por parte da juventude. O estudo conclui, ainda, que a atividade da AU, nos contextos estudados, provoca ampla melhoria na qualidade de vida de agricultores (as); inicia ou amplia a produção local de alimentos adequados ao consumo humano por parte de populações vulneráveis; implementa práticas de AU associadas à preservação ambiental e promove conscientização ambiental através de práticas pedagógicas. Em suma, a AU - materializada tanto em atividades de caráter emancipatório, assistencialista ou regulatório - tem potencial para combater desigualdades estruturais enfrentadas por populações vulneráveis, contribuindo para transformações sociais e econômicas em grandes cidades. |