Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Roda, Vinicius Moraes de Paiva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42134/tde-24082023-134818/
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Resumo: |
A membrana epirretiniana é um tecido fibrocontrátil que se forma na superfície interna da retina, podendo causar desde uma deficiência visual até o descolamento da retina. As células gliais de Müller participam ativamente da formação desta membrana. Atualmente, há uma busca por novas abordagens terapêuticas que visam prevenir ou tratar as disfunções celulares envolvidas na progressão desta fibrose. A via de sinalização das GTPases Rho está envolvida na regulação de vários processos celulares que podem ser associados à membrana, como proliferação, migração e contração celulares. Em especial, a enzima Rho quinase (ROCK), efetora da GTPase RhoA, é um potencial alvo terapêutico a ser investigado. Este estudo tem como principais objetivos avaliar, em células de Müller humanas, os efeitos de um inibidor de ROCK (Y27632) sobre a viabilidade, crescimento, organização do citoesqueleto, expressão de componentes da matriz extracelular, diferenciação em miofibroblastos, migração e contratilidade. Para isso, células da linhagem MIO-M1 foram cultivadas e tratadas por diferentes períodos com o inibidor. A viabilidade foi avaliada por ensaio com 3-(4,5-Dimethylthiazol-2-yl)-2,5-Diphenyltetrazolium Bromide (MTT) e pelo método de exclusão com azul de tripan. O crescimento foi avaliado por curva de crescimento e por ensaio de incorporação de BrdU. O citoesqueleto de actina foi evidenciado com faloidina fluorescente, enquanto filamentos intermediários e microtúbulos foram avaliados por imunofluorescência para vimentina e -tubulina. A expressão gênica e proteica de colágenos I e V, laminina e fibronectina foi avaliada por rt-PCR e imunofluorescência. A migração celular direcionada e espontânea foi estudada por ensaio em câmara bipartite e por observação de células vivas em microscopia de contraste de fase, respectivamente. A contratilidade celular foi avaliada por ensaio de contração em gel de colágeno. Os resultados mostraram que a inibição de ROCK com Y27632 não alterou a viabilidade e diminuiu o crescimento e a proliferação celular após 72 h. Houve alteração da morfologia celular e da organização da actina filamentosa (F-actina), com redução do corpo celular, desaparecimento de fibras de estresse e formação de prolongamentos celulares longos e ramificados. O citoesqueleto de microtúbulos e filamentos intermediários também foi alterado, possivelmente como consequência de alterações da F-actina. O inibidor também reduziu a expressão gênica e imunorreatividade de -actina de músculo liso, um marcador de miofibroblastos. A expressão de componentes da matriz extracelular não foi afetada pelo inibidor. A migração celular direcionada também não foi alterada, embora a contratilidade celular tenha sido substancialmente reduzida. Não foi observada migração espontânea de células MIO-M1. Em conclusão, a inibição farmacológica de ROCK em células de Müller sugere que esta pode ser uma abordagem potencial interessante no tratamento de membranas epirretinianas, prevenindo a proliferação, contratilidade e transdiferenciação dessas células, sem alterar a viabilidade celular. |