Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Siqueira, Paula Veloso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42134/tde-24082023-152907/
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Resumo: |
A membrana epirretiniana (ERM) é caracterizada pela formação de um tecido fibrocontrátil na superfície interna da retina causada por diversos fatores, tais como o TGF-β. As células gliais de Müller da retina desempenham um papel importante na patologia da ERM, transdiferenciando-se em miofibroblastos à medida que a doença progride. Esse fenótipo contrátil pode comprometer a estrutura retiniana, levando a uma diminuição da acuidade visual e até perda de visão central. MicroRNAs são pequenos filamentos de RNA que atuam regulando a expressão gênica e interferindo em processos fisiológicos e patológicos. Vários microRNAs já foram correlacionados com doenças fibróticas da retina. O objetivo deste trabalho foi investigar microRNAs expressos na retina e associados à doenças fibróticas,assim como explorar o papel do microRNA mais relevante na transdiferenciação e contração induzidas por TGF-β em células de Müller da linhagem humana MIO-M1. Células MIO-M1 foram tratadas com TGF-β e a expressão de miR-9, miR-16, miR-21 e miR-204 foi analisada por qPCR. Ensaios de ganho e perda de função foram realizados com miR-9. O RNA total foi isolado e a expressão de α-SMA (ACTA2) e glutamina sintetase (GLUL) foi analisada por qPCR. Para determinar a influência do miR-9 nos processos contráteis, foram realizados ensaios funcionais em gel de colágeno. Após 48 horas, miR-9 e miR-204, especialmente o miR-9, foram regulados negativamente na presença de TGF-β1 ou TGF-β2. A superexpressão de miR-9 diminuiu a transdiferenciação de miofibroblastos induzida por TGF-β das células de Müller, conforme observado pela redução de ACTA2 em 24 e 48 horas. A inibição de miR-9 em células tratadas com TGF-β1 manteve a expressão elevada de ACTA2 em comparação com o grupo com TGF-β1, especialmente em 48 horas. Não foram observadas diferenças significativas na viabilidade celular. A superexpressão de miR-9 reduziu e a inibição promoveu a formação de fibras de estresse em células tratadas com TGF-β1 ou TGF-β2, principalmente em 48 horas. Além disso, o mimetizador do miR-9 atenuou e o antagomiR não alterou os efeitos da contração induzida por ambas isoformas de TGF-β. O enriquecimento de alvos relevou genes preservados da via de sinalização TGF-β/Rho/ROCK (TGFB1, TGFBR2, ROCK1, ROCK2), bem como os genes MHY9 e MYLK, que participam ativamente na formação de fibras de estresse e contração de miofibroblastos, como alvos preditos de miR-9 e candidatos para futuros ensaios de validação. Dessa forma, miR-9 pode constituir um fator molecular promissor para o tratamento de membranas fibrocontráteis ao atuar principalmente na via de sinalização do TGF-β, reduzindo os efeitos celulares associados à doença. |