Os conceitos de mindfulness e suas relações com a educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Renata Cueto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-15062021-121124/
Resumo: Até pouco tempo associada a milenares tradições religiosas asiáticas e à busca espiritual, a prática de mindfulness, ou atenção plena, foi progressivamente transitando para ambientes seculares e, nos últimos 20 anos, despertou o interesse da comunidade científica, acarretando o aumento das pesquisas, implementações e críticas sobre o assunto. Mindfulness também passou a ser aplicada em contextos educativos, em todos os níveis de ensino, em um movimento concentrado na América do Norte e Reino Unido, que vem ganhando força no Brasil. Um dos problemas centrais detectados na literatura sobre mindfulness na educação é a enorme diversidade discursiva em torno deste tema, na qual figuram conceitos, modalidades de implementação e objetivos bem variados. Esta complexidade parece resultar das combinações de duas abordagens predominantes sobre mindfulness na educação: psicológicas e neurocientíficas, por um lado, e baseadas nas tradições budistas, de onde mindfulness procede, por outro. Nosso estudo partiu da hipótese de que a raiz deste problema reside nos conceitos formados acerca de mindfulness ao longo de sua história e teve por objetivo examinar o modo pelo qual distintos conceitos de mindfulness correspondem a concepções bastante diferentes, até mesmo opostas, sobre a educação e seus fins. Nossa verificação se utilizou da literatura dos Estudos da Religião, a partir da qual abordamos os fundamentos do Budismo, a recepção deste no Ocidente, o caminho conceitual percorrido por mindfulness e os problemas advindos de suas reformulações recentes, com o que contamos também com a literatura crítica sobre mindfulness contemporânea, que inclui outros campos acadêmicos. Confrontando nossos achados com a proposta de articulação dos conceitos de mindfulness e concepções da educação e seus fins elaborada pelo principal estudioso de mindfulness na educação dentro da Filosofia da Educação, pudemos constatar que a ausência de precisão conceitual sobre mindfulness quanto à sua categorização como uma práxis contemplativa compromete a construção de fundamentos teóricos para examinar esta questão adequadamente, assim como para determinar suas implicações. Concluímos pela necessidade de um maior engajamento entre os campos da Educação e dos Estudos da Religião para um melhor desenvolvimento teórico de mindfulness na educação.