Evidências de validade da escala de atenção e consciência plenas (MAAS) e do questionário das facetas de mindfulness (FFMQ-BR) entre usuários de tabaco e população geral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Barros, Víviam Vargas de lattes
Orientador(a): Ronzani, Telmo Mota lattes
Banca de defesa: Sartes, Laisa Marcorela Andreoli lattes, Demarzo, Marcelo Marcos Piva lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2404
Resumo: Introdução: Mindfulness se refere a uma habilidade metacognitiva, definida por Jon Kabat-Zinn como “prestar atenção de maneira particular, intencionalmente, no momento presente e sem julgamentos” As intervenções baseadas em Mindfulness têm se mostrado eficazes para vários problemas de saúde, principalmente para depressão, estresse, doenças crônicas e para prevenção de recaídas de uso de substâncias. Objetivo: traduzir, adaptar e apresentar evidências de validade da Mindful Attention Awareness Scale (MAAS) e do Five Facet Mindfulness Questionnaire (FFMQ), que aferem níveis de Mindfulness de forma unidimensional e multidimensional, respectivamente, para língua portuguesa do Brasil. Método: A validação da MAAS e do FFMQ foi realizada através de estudo transversal, correlacional, de metodologia quantitativa, com uma amostra total de 395 participantes, divididos entre pacientes de uma instituição pública de tratamento para dependência de tabaco, de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) de Juiz de Fora, de estudantes universitários e de meditadores. Os instrumentos utilizados foram: Questionário sócio-demográfico, teste de Dependência de Nicotina de Fagerström, MAAS, FFMQ e a Escala de Bem-Estar Subjetivo (EBES). Este estudo foi dividido em duas fases. A primeira consistiu no processo de tradução e a adaptação cultural dos instrumentos que constou de cinco passos - tradução, síntese, retrotradução, revisão por comitê de especialistas e pré teste. Após os ajustes necessários, prosseguiu-se à segunda fase do estudo que consistiu na avaliação das propriedades psicométricas dos instrumentos. Foram analisadas a validade de construto e de critério e sua fidedignidade. Resultados: A partir da análise fatorial exploratória, a estrutura unidimensional da MAAS explicou 31,98% da variância total da escala. O FFMQ foi composto por 7 fatores devido à divisão dos fatores descrever e agir com consciência em dois novos fatores cada, diferente da escala original. Como esperado, o escore total da MAAS e do FFMQ- Brasil se correlacionaram positivamente com todos os fatores e com o escore geral da EBES (p< 0,001). Na validade de critério observou-se que para todas as facetas do FFMQ e para o seu escore total, foi observada diferença significativa entre os meditadores e não meditadores No entanto, para a MAAS não foi obtida diferença significativa entre os grupos. Nas análises de fidedignidade da MAAS, o alfa de Cronbach da escala total, considerando seus 15 itens foi 0,83 e o coeficiente Spearman-Brown (split half) foi 0,67. No teste-reteste, o valor do coeficiente de correlação linear de Pearson foi 0,80 (p< 0,001). No FFMQ, o alfa de Cronbach da escala total foi 0,81 e os valores dos alfas das facetas foram: Não Julgar a Experiência Interna (α=0,78), Agir com Consciência - piloto automático (α=0,79), Observar (α=0,76), Descrever – itens positivos (α=0,76), Descrever – itens escritos na negativa (α=0,75), Não Reagir à Experiência Interna (α=0,68 ) e Agir com Consciência – distração (α=0,63 ). Os valores de todas as correlações obtidas no teste-reteste foram significativas, com valores de p<0,001: FFMQ total (0,90), Não Julgar a Experiência Interna (0,80), Agir com Consciência - piloto automático (0,67), Observar (0,83), Descrever – itens com formulação positivos (0,85), Descrever – itens com formulação negativa (0,71), Não Reagir à Experiência Interna (0,72) e Agir com Consciência – distração (0,80). Conclusões: Estes dados confirmam a existência de evidências de validade de construto e de fidedignidade para ambas as escalas e de validade de critério para o FFMQ.