Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Mazzoleni, Maria Helena Bernardi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-16102006-143849/
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Resumo: |
O jogo patológico tem sido amplamente analisado na literatura e, apesar do reconhecimento do impacto que ele causa nos familiares, poucos estudos se dedicaram à família. A maior parte destes baseou-se exclusivamente na experiência profissional dos autores, sem metodologia adequada que permitisse a comparação ou generalização de resultados. O presente estudo tem o objetivo de descrever a estrutura do núcleo familiar de jogadores patológicos e analisar seu funcionamento após a intervenção de um programa psicoeducacional. Familiares que moravam junto com um jogador patológico que aderiu a um programa de tratamento foram convidados para a avaliação familiar. As avaliações constaram de três etapas. A primeira fase foi composta por uma entrevista e aplicação das três escalas da Medida de Avaliação Familiar (FAM Geral, FAM Auto-avaliação, FAM Diádica) e da Escala de Adequação Social. Na avaliação intermediária, antes e após o psicoeducacional, foi aplicada a versão breve da FAM. Finalmente, após um intervalo de um a dois anos os familiares repetiram as escalas da avaliação inicial. Os jogadores foram avaliados no início pela FAM versão breve. A intervenção foi composta por quatro encontros psicoeducacionais baseados em um manual desenvolvido especialmente para familiares de jogadores patológicos e fundamentado no método Reforço Comunitário e Treinamento Familiar". A amostra inicial (n = 91) diminui significativamente depois de seis meses (n=54), sendo que apenas aproximadamente um terço participou da reavaliação final (n = 30). A proporção de mulheres em todas as ocasiões foi expressivamente maior que a de homens (>70%), o que demonstra que são as mulheres que mais aderem a programas intervencionais. A estrutura das famílias dos jogadores patológicos apresenta o jogador ocupando a posição de pai (40,7%) ou de mãe (36,2%) na maior parte das vezes. A maioria dos familiares (83,5%) sabia exatamente quando o jogo havia começado. O fator financeiro foi apontado por 55% dos familiares como o primeiro problema causado pelo jogo, e o relacionamento por 34% da amostra. Tanto o familiar como o jogador percebem o jogador como o paciente identificado. Os familiares consideram o funcionamento da família muito comprometido, sendo que os quesitos mais problemáticos foram a realização de tarefas, a atribuição de papéis, o controle e os valores e normas. Os escores da Escala de Adequação Social indicaram que o ajustamento social dos familiares de jogadores patológicos está prejudicado em todas as áreas exceto relação com filhos em relação a sujeitos normais. Após o programa psicoeducacional em curto prazo os familiares não apresentaram diferença significativa e em longo prazo eles evidenciaram uma redução significativa da questão do controle. Também passaram a perceber os valores e normas do jogador como mais adequados, e descreveram uma melhora na situação econômica. Apesar de alguns resultados começarem a surgir depois do psicoeducacional, esta intervenção não se mostrou suficiente para promover uma mudança consistente no funcionamento familiar. O caráter informativo do psicoeducacional pode ter contribuído em alguns momentos para minimizar o estresse, porém em outros parece não ter dado conta da demanda. |