Miséria e grandeza do humano absurdo: uma antropologia filosófica presente na obra de Albert Camus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bernardo, Carlos Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-11062020-155058/
Resumo: Neste trabalho se aborda a leitura dos escritos de Albert Camus com vistas à elaboração de uma antropologia filosófica. Tendo em vista que o escritor algeriano exerceu sua arte por cerca de trinta anos, produzindo escritos de estilos muito variados, e, a bem da verdade, poucos ensaios filosóficos, nos deparamos com o problema: é possível que haja em sua obra uma imagem do humano, que possa constituir uma filosofia antropológica? A presente pesquisa assume que essa imagem do humano na obra de Camus, não apenas é existente, como em sua obra também estão fincados princípios basilares para a elaboração de uma antropologia filosófica; esses princípios são os problemas recorrentes com os quais lida o autor e que se bem alinhavados podem revelar essa filosofia antropológica difusa e não sistematizada, porém dotada de coerência. Apesar da complexidade do assunto é possível resumir a presente pesquisa, de modo satisfatório, como uma hermenêutica, uma leitura compreensiva da obra camusiana e o seu resultado como a explicitação do esboço dessa filosofia antropológica não programática e difusa nesta mesma obra. Tanto a finalidade quanto o caminho percorrido, são ousados e repletos de sutis armadilhas. São examinados os ensaios, as narrativas e as peças teatrais; também se aborda vez ou outra, algumas entrevistas e breves artigos. O núcleo forte deste escrito é a compreensão e explicação quanto ao caráter da obra de Camus, enquanto uma obra problemática que diferente da sistemática se estrutura em torno de problemas e não de temas. A pesquisa encontra o eixo problemático sobre o qual gira toda a sua obra. Tendo realizado isso, segue-se na apresentação e elucidação do que, tradicionalmente, se entende por antropologia filosófica, para, a partir de então, apontar o modo como se configura a antropologia filosófica na obra de Camus. Aplicando sobre a obra determinada forma de leitura que respeita a sua escrita, reconhecida, em discussão prévia, como uma escrita problemática, cuja leitura segue o seu modo sistêmico de ser. Estrutura-se, desta forma, ao menos um esboço dessa antropologia filosófica, em que são atacadas e respondidas (preservando-se os limites impostos pelo caráter não sistemático da escrita de Camus) as perguntas sobre a origem; a natureza e o destino do humano.