Do Absurdo à revolta em Albert Camus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Azevedo, Pedro Israel Saraiva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/36348
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo investigar dois dos principais elementos que alicerçam e permeiam toda a obra do filósofo franco-argelino Albert Camus. Em sua vasta produção, desde os primeiros escritos até às obras de maturidade, o Absurdo e a Revolta sempre estiveram presentes em seus textos, frente às preocupações ético-filosóficas de sua época. Partindo incialmente da compreensão acerca do Absurdo, fundamentado em O Mito de Sísifo, O Estrangeiro e Calígula, obras que, segundo o próprio filósofo, constituem o ciclo de tal preocupação, examinaremos o problema da consciência individual para, em seguida, examinarmos o problema da consciência coletiva parcimoniosamente expressa pelo filósofo em O Homem Revoltado, obra em que Albert Camus apresenta a síntese de suas preocupações. As investigações que aqui serão empreendidas têm por objetivo reconstruir os percursos filosóficos delineados por Camus para que assim possamos ter um melhor entendimento acerca da importância que o Absurdo e a Revolta assumem não apenas em sua filosofia, mas, também, na restituição ética de seu tempo. Diante da angústia existencial e do mal do espírito que fomentaram a atmosfera absurda de sua época, observaremos que tais problemas inevitavelmente impeliram, não apenas Camus, mas toda uma geração, a uma incansável busca por sentidos e significados. Imersos em um mundo torpe e adoecido, evidenciaremos que o Absurdo e a Revolta em Camus assumem o imprescindível papel de orientação frente ao desvelo de um mundo marcadamente caracterizado pelo esvaziamento ético e fortemente alicerçado por forças cegas, surdas e mudas, mas, sobretudo, por um radical e inconsequente niilismo que tudo autoriza e legitima. Se no tempo da negação, os problemas do suicídio e da consciência individual tiveram sua indiscutível importância, no tempo das ideologias, os assassinatos e a consciência coletiva assumem esse devido relevo. Diante de tais problemas e incalculáveis inquietações, o filósofo afirma, no entanto, que não basta apenas examiná-los, mas, sim, compreendê-los. Para Albert Camus, a consciência precisa ser colocada à prova. Para ele, a consciência precisa ser julgada.