Angústia e política na obra filosófica de Albert Camus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Campos, Marcos Ferreira
Orientador(a): Fonseca, Lilian Simone Godoy
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://acervo.ufvjm.edu.br//handle/123456789/3525
Resumo: Albert Camus, filósofo franco-argelino, nasceu e cresceu sob uma Argélia ocupada e vilipendiada pela França. Filho de um militar francês e de uma mãe espanhola analfabeta, sua história foi marcada pela superação e pelo enfrentamento. Sem uma localização geopolítica que lhe firmasse uma identidade, se viu refugiado dentro da própria pátria. Foi salvo da miséria e de um futuro sem esperança pela educação. Com bolsas de estudo, concluiu a educação aos moldes da ocidentalização e do colonizador. Em toda a sua obra, até mesmo nos textos teatrais, nada foge à permeabilidade da angústia e da política. Na França, consolida-se como escritor, tendo como estilos autorais o ensaio-filosófico e o romance, ambos carregados de metáforas e imagens do cotidiano. Aproximou-se do comunismo e dele se afastou antes da eclosão da guerra, mas manteve-se à esquerda. Atuou como jornalista clandestino e militou contra o Nazismo. Rompeu com o comunismo e aproximou-se do anarquismo, deixando-o também pouco tempo depois. No calor da guerra, apresentou o conceito do absurdo filosófico. Anos depois, o refinou e apresentou a revolta como a única maneira aceitável de lutar contra ele. Sua posição filosófica promoveu um choque teórico com a filosofia existencialista. Tomado pela angústia da guerra, Camus se opôs a todos aqueles que colocaram a vida em plano secundário. Viveu os dramas da Revolução Argelina, época em que se reencontrou com sua identidade de homem africano. Defendeu que somente uma ação política contumaz podia encerrar o ciclo do terror. Suas proposições levaram à análise das mais profundas marcas da angústia na vida humana. Sua filosofia abriu as portas para a compreensão da tragédia humana contemporânea e das políticas do abandono. Estamos em guerra, armada e ideológica, ambas com o mesmo alvo: a democracia. Camus conseguiu identificar o absurdo olhando para o passado e para o seu tempo. Em uma revisão bibliográfica de sua obra filosófica, pretendemos nos apropriar do seu pensamento político para compreendermos o nosso.