A Educação Interprofissional em Saúde na Universidade de São Paulo: caminhos e possibilidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Mazzi, Nathália Romeu de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-02122024-150925/
Resumo: Introdução: A Educação Interprofissional em Saúde (EIP) possibilita o aprendizado articulado e integrado entre diferentes áreas profissionais, vislumbrando melhorias na colaboração e qualidade da assistência em saúde. No cenário brasileiro há predomínio do modelo de formação uniprofissional, com organização disciplinar e foco na doença. Na Universidade de São Paulo (USP), as atividades de EIP são, majoritariamente, esporádicas e não-obrigatórias. Assim, torna-se importante estabelecer ações para a ampliação e o fortalecimento da EIP. Objetivo geral: Elaborar um plano de ação para a Educação Interprofissional em Saúde na Universidade de São Paulo. Objetivos específicos: i. Analisar os Projetos PolíticoPedagógicos (PPP) dos cursos de graduação em saúde, na perspectiva da EIP; ii. Identificar espaços comuns para inserção de EIP nos currículos dos cursos; iii. Reconhecer limites, possibilidades e perspectivas para a interprofissionalidade, sob a ótica de docentes e estudantes. Método: Estudo qualitativo, interpretativo, baseado nos pressupostos da pesquisa-ação. Na primeira etapa foi realizada análise documental de 13 Projetos Políticos Pedagógicos de cursos de graduação em saúde. Na segunda etapa foram realizados quatro Grupos Focais, on-line síncronos, com sete docentes e quatro estudantes. No tratamento dos resultados, foi utilizada a análise de conteúdo temática, sendo que na segunda etapa o referencial teórico utilizado para análise foi a Teoria da Atividade Histórico-Cultural. Resultados: Da análise documental emergiram três categorias. Na primeira categoria, A organização curricular e a interprofissionalidade\", foi identificado que os cursos não apresentam períodos livres, com diferentes espaços para abrigar disciplinas optativas entre os cursos. Na segunda, A formação orientada pela realidade social e necessidades de saúde, propõe-se uma formação baseada nas necessidades de saúde dos usuários no sistema público de saúde. Na terceira e última categoria, O aprendizado para a atuação interprofissional\", o termo multiprofissional caracteriza o aprendizado para o trabalho em equipe, com número discreto de disciplinas interprofissionais. Dos Grupos Focais, também emergiram três categorias. Na primeira categoria, O aprendizado a partir da realidade social no/pelo SUS como potência para a EIP a extensão e as políticas indutoras se destacam no movimento interprofissional, apontando-se como ações para EIP a necessidade de fortalecer a extensão e a interface ensino-serviço, assim como valorizar a preceptoria. Na segunda categoria, Organização curricular comum entre cursos, devido à inflexibilidade curricular, apontam-se como ações a criação de unidades curriculares comuns entre os cursos e o monitoramento das atividades de EIP. Na última categoria A formação e desenvolvimento de estudantes, docentes, profissionais e usuários, e o apoio institucional para EIP, o discreto contato e conhecimento sobre interprofissionalidade requer como ações a formação docente, para que haja desenvolvimento de atividades interprofissionais, e o apoio da gestão institucional. Considerações finais: A fim de superar a incipiência da EIP no contexto analisado, é necessária a inclusão da interprofissionalidade como um propósito na formação, bem como a criação de atividades obrigatórias para os cursos da saúde. A qualificação da extensão, devido sua inserção no espaço de práticas, o fortalecimento entre o ensino e o serviço, com a valorização da preceptoria, e a formação docente são caminhos para a ampliação da EIP, considerando o apoio institucional fundamental para tornar possíveis tais caminhos.