Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Paula, Gabriel Brazil de |
Orientador(a): |
Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/252560
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Resumo: |
Esta pesquisa qualitativa fenomenológica trata do tema da interprofissionalidade na perspectiva da educação e do trabalho em saúde. Teve o objetivo de analisar o significado da experiência de Educação Interprofissional (EIP) – realizada em cenários de aprendizagem do Sistema Único de Saúde (SUS) – para o processo de trabalho das equipes de Atenção Primária à Saúde (APS). O cenário da pesquisa foi a atividade de ensino da graduação com foco interprofissional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A atividade acontece em Unidades de APS do Distrito Docente-Assistencial Glória-Cruzeiro-Cristal, Gerência Oeste de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Entrevistas individuais semiestruturadas foram realizadas com agentes comunitárias de saúde (ACS), gestores e residentes egressos (Residência Multiprofissional) que tinham realizado a atividade durante a graduação, entre 2019 e 2022. A determinação do tamanho da amostra considerou a avaliação da densidade do material textual obtido e o critério da saturação. O material textual produzido pelas entrevistas foi organizado com auxílio do software Visual Qualitative Data Analysis (ATLAS.ti) e interpretado pela análise de conteúdo. Participaram do estudo 15 ACS, cinco gestores e dois residentes (n=22). Os resultados mostraram que a atividade de EIP possibilitou a interação, as trocas de saberes e de experiências entre as diferentes profissões da saúde, a disponibilidade para o aprender e para o ensinar, e o aprendizado compartilhado entre estudantes, professores e profissionais da APS. Essa dinâmica interativa produziu conhecimentos e novas possibilidades de pensar determinados casos e situações de saúde, o que motivou a equipe e oportunizou construções coletivas de ferramentas que foram incorporadas ao processo de trabalho das equipes. No desenvolvimento da atividade de EIP, houve o protagonismo das ACS, o que trouxe clareza e valorização de seu papel profissional no trabalho em equipe. No cuidado em saúde, a EIP contribuiu com uma maior resolutividade da atenção para pessoas-famílias do território em situações específicas com os usuários e em discussão de casos. Diferenças de reconhecimento e valorização que determinadas profissões apresentam para os usuários foram percebidas pelas ACS. A interação entre estudantes, professores e ACS no cotidiano do trabalho mostrou-se potente para o desenvolvimento das competências colaborativas voltadas à comunicação interprofissional, à clareza quanto ao papel de cada núcleo dentro do processo de trabalho das equipes de APS e ao cuidado centrado no paciente/usuário. Por meio da análise qualitativa fenomenológica, esta pesquisa contribuiu para o entendimento de como atividades de EIP realizadas em cenários do SUS repercutem no trabalho em equipe e nas práticas de cuidado em saúde. Novas pesquisas são recomendadas para o entendimento do trabalho em equipe na APS no município estudado, analisando o quanto o contexto vigente de contratualização da APS e de mudanças na Política Nacional de Atenção Básica podem afetar o trabalho interprofissional e as experiências de EIP. Os resultados desta pesquisa e o referencial teórico apoiaram a elaboração do produto educacional – Boletim Informativo Educação Interprofissional em cenários de aprendizagem do SUS – para divulgação e fortalecimento da proposta de EIP nos currículos da graduação dos cursos da saúde e nas equipes de APS, cenários potentes para a EIP. |