Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Gerbaldo, Tiziana Bezerra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-06092024-171301/
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Resumo: |
A atenção à saúde mental em países de baixa e média renda é caracterizada pela reduzida prioridade do tema na agenda de saúde pública, escassez de recursos e desigualdades. Estas desigualdades se acentuam em áreas periféricas como fronteiras, que vivenciam maiores dificuldades na provisão de serviços. Na Amazônia, estas dificuldades são acrescidas das especificidades locais, desafiando a produção do cuidado em saúde. Este estudo de caso teve por objetivo analisar a rede de saúde mental para o uso de álcool na tríplice fronteira amazônica a partir do município de Tabatinga (Brasil). As técnicas eleitas foram análise de documentos, entrevistas e elaboração de diário de campo. Realizou-se análise documental das políticas públicas voltadas para atenção em saúde mental e uso de álcool nos três países fronteiriços; entrevistas com profissionais e gestores de saúde da atenção primária de Tabatinga para a caracterização da rede e seus fluxos; e registros em diário de campo. A análise dos dados primários ocorreu em um processo de codificação iterativa que resultou na construção de temas. Os resultados foram interpretados à luz das construções teóricas da psicologia social de Pichon-Rivière e discussões atuais no campo da saúde mental global. Os achados deste estudo apontaram para: convergências dos princípios expressos nas políticas de atenção à saúde mental e uso de álcool nos três países; a existência de uma rica dinâmica transfronteiriça permeada por intercâmbios sociais que se dão no cotidiano de vida da população, mas não se traduzem com a mesma expressividade no campo das relações institucionais de saúde; o uso de álcool como fenômeno fortemente imbricado na dinâmica sociocultural local, fator que influencia a percepção do tema em sua relação com a saúde; o uso de álcool como tema ausente das prioridades da saúde e dos demais setores na região; rede de atenção marcada por desigualdades e insuficiências em termos de dispositivos, recursos humanos, capacitação, articulações intersetoriais; rede que reflete as disputas de diferentes racionalidades em torno da atenção em saúde mental, álcool e outras drogas. Estes resultados indicam particularidades da fronteira amazônica em termos sociais e culturais, que podem auxiliar na construção de políticas e perspectivas de manejo conjunto da atenção à saúde mental no cenário fronteiriço. |