Espessura de íntima-média de artérias carótidas e hipertensão incidente após 4 anos: o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto No Brasil (ELSA-Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dutra, Robertson Torres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-15022024-150231/
Resumo: Introdução: A pressão arterial (PA) elevada determina fortemente a espessura de íntima-média de artérias carótidas (EIMC). No entanto, não está claro se as anormalidades vasculares refletidas pelos valores aumentados de EIMC podem predizer hipertensão incidente. O presente estudo tem como objetivo investigar a associação entre EIMC e hipertensão incidente após 4 anos de acompanhamento no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), uma coorte multiétnica composta por adultos de meia-idade oriundos de 6 cidades brasileiras. Métodos: foram analisados dados de 6682 participantes do ELSA-Brasil com idade entre 35 a 74 anos, sem hipertensão e com registro de EIMC na linha de base. Após quatro anos de seguimento, foi descrita a incidência de hipertensão, estratificando a amostra em quartis de EIMC de acordo com idade, sexo e raça. Adicionalmente, foram construídos modelos de regressão de Poisson brutos e ajustados para analisar a associação entre os valores médios e máximos da EIMC e o surgimento de hipertensão. Resultados: foram encontrados 987 casos de hipertensão incidente (14,8%). De acordo com os grupos estratificados em quartis em que se considerou os valores da EIMC média, a incidência de hipertensão variou de 10,2% (grupo do 1º quartil) a 22,4% (grupo do 4ª quartil; p para tendência <0,001). No modelo totalmente ajustado, incrementos de 0,1 mm nos valores médios de EIMC foram associados a 16% (risco relativo [RR]: 1,16; intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 1,11-1,21; p<0,001) de aumento do risco de hipertensão incidente. Os resultados foram semelhantes quando os valores da EIMC máxima foram também considerados. Conclusão: Após 4 anos de acompanhamento, a EIMC foi fortemente associada à hipertensão incidente em nossa coorte multiétnica. Isso suporta a hipótese de que anormalidades vasculares detectadas por meio da ultrassonografia carotídea podem preceder o diagnóstico clínico de hipertensão