Análise geoepidemiológica, operacional e social da coinfecção TB/HIV no estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Campoy, Laura Terenciani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-17122019-160814/
Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar o contexto geoepidemiológico, operacional e social da coinfecção TB/HIV no estado de São Paulo. Foi realizada uma pesquisa operacional, com delineamento ecológico, nos 645 municípios pertencentes ao estado de São Paulo. Foram considerados os casos novos de TB coinfectados com HIV, notificados e registrados no TBWEB, no período de 2010 a 2015. O estudo foi elaborado em três etapas: analisar a qualidade e gestão da atenção à coinfecção TB/HIV no estado de São Paulo, utilizando análise de agrupamento e análise de correspondência múltipla; analisar a cobertura do tratamento diretamente observado nos municípios e sua associação com a ocorrência de coinfecção TB/HIV e desfechos desfavoráveis, utilizando o Índice Local de Moran, com interpolação espacial a partir de três modelos distintos, e estatística de varredura espacial, com auxílio dos softwares ArcGis e SaTScan. Aplicou-se ainda Modelos Bayesianos Hierárquicos por meio do software R pelo pacote R-INLA; identificar a associação de indicadores sociais e de serviços de saúde com a ocorrência da coinfecção TB/HIV no estado de São Paulo, utilizando o Generalized additive models for location, scale and shape (GAMLSS) como modelo de regressão semiparamétrico. Com os resultados da primeira etapa observou-se importantes diferenças entre os municípios no que tange à qualidade da atenção, a saber, os municípios paulistas com desempenho satisfatório apresentam elevada cobertura de Programa de Agentes Comunitários de Saúde e Estratégia de Saúde da Família, sendo prioritários para o controle da TB e os municípios de desempenho insatisfatório tiveram associação com a alta taxa de incidência de aids e elevada proporção de casos de coinfecção TB/HIV. Na segunda etapa evidenciou-se que a região metropolitana de São Paulo e baixada santista concentraram as maiores incidências da coinfecção, assim como para o abandono do tratamento. Os municípios com menor cobertura de TDO tinham menor chance de formarem territórios de risco para a incidência e para o abandono de tratamento. Os que apresentaram cobertura de TDO entre 31 e 79% tinham maior probabilidade de desenvolverem territórios de risco para o abandono. Na terceira etapa, identificou-se que tiveram maior impacto na coinfecção da TB/HIV, as seguintes variáveis: sexo masculino, maior número de diagnóstico da TB após o óbito, maior abandono de tratamento, elevado índice de desenvolvimento humano, municípios com unidades prisionais e pior distribuição de renda. Também se observou associação entre coinfecção e maior cobertura da ESF e média de enfermeiros por mil habitantes. A partir da realização desta pesquisa, o estudo pode subsidiar os gestores e formuladores de políticas para melhorarem as operações dos Programas de Controle da Tuberculose e do HIV/aids e resolver problemas na prestação de serviços de saúde, principalmente voltados à população com ambas as doenças