Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Baldan, Sueli Santiago |
Orientador(a): |
Andrade, Monica de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3140
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Resumo: |
O combate à tuberculose (TB) exige uma abordagem com ações multissetoriais para que se obtenha um resultado efetivo, incluindo ações que envolvam aspectos sociais, econômicos e ambientais, além do olhar biomédico que, sozinho, não obteve sucesso. Assim, compreender como ocorre a tuberculose, de forma ampliada, considerando o indivíduo e o espaço social onde esse está inserido, permite um maior controle sobre a doença. Este estudo teve como objetivo descrever os determinantes sociais de saúde (DSS) e os fatores relacionados à epidemiologia da TB no estado de Mato Grosso do Sul (Brasil). Trata-se de um estudo exploratório do tipo ecológico, com análise multivariada e de geoprocessamento de dados secundários obtidos na plataforma de dados do Ministério da Saúde, IBGE e Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul. Fizeram parte do estudo 78 municípios. Os resultados sugerem que municípios com menores índices de desenvolvimento social e econômico, e com maior desigualdade social, apresentam serviços de saúde menos eficazes para TB, devido à baixa oferta de testagem anti-HIV, ao maior percentual de abandono do tratamento e de óbitos e à baixa oferta de tratamento diretamente observado (TDO). Os casos de TB no Mato Grosso do Sul apresentam distribuição espacial aleatória, por não apresentar agrupamento. A cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) e TDO em alguns municípios contribuem para adesão ao tratamento e para o controle do número de casos de TB. Para outros municípios, essas estratégias têm sido pouco eficazes na redução do Coeficiente de Incidência da TB (CI-TB) e das porcentagens de abandono ao tratamento. Municípios que possuem reservas indígenas apresentam um CI-TB superior aos demais, fator relacionado à vulnerabilidade étnica e racial. O perfil sociodemográfico da coinfecção TB/HIV, em comparação com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios, indica uma predominância de casos em indivíduos do sexo masculino com baixa escolaridade e um percentual de óbitos elevado. O maior número dos casos de coinfecção TB-HIV ocorre em municípios com um IDH alto. No período do estudo, 9,7% dos indivíduos com TB apresentavam coinfecção com o vírus HIV, porém, em 29,3% dos casos notificados, a investigação da situação sorológica não foi realizada. O percentual de cura dos casos de TB no período de estudo foi inferior ao preconizado pelo Ministério da Saúde, a taxa de abandono do tratamento identificada ficou acima do esperado e o percentual de óbitos em decorrência da TB mostrou-se elevado. A associação entre casos de coinfecção TB/HIV e IDH em áreas com maior densidade populacional indica a necessidade de adoção de estratégias específicas de acordo com as características das localidades. Esses resultados apontam para a necessidade de reorientação do modelo assistencial adotado para o controle da TB, buscando implantar ações intersetoriais efetivas para mudanças nos determinantes sociais associados à TB. |