Os intelectuais comunistas e as questões raciais no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Jesus, Geferson Santana de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-14112024-104253/
Resumo: A presente proposta de investigação analisou a atuação dos intelectuais Jorge Amado (1912-2001) e Edison Carneiro (1912-1972), e, de maneira secundária, a de Aydano do Couto Ferraz (1914-1985) pela parceria que estabeleceu com os dois primeiros, em torno dos debates sobre raça, em especial a questão negra e indígena, e classe promovidos pelo Partido Comunista do Brasil (PCB) em diálogo com o movimento internacional comunista, representado pela Comintern, entre as décadas de 1920 e 1930. Escolhemos Salvador, capital do estado da Bahia, como recorte espacial por ser o locus de investigação das produções científicas e literárias dos sujeitos da pesquisa. A importância do estado fica evidente pelo destaque nas reflexões de pesquisadores estrangeiros e brasileiros, notadamente aqueles envolvidos com a renovação das ciências sociais desta década. Para entender a circulação das ideias sobre estes debates, mapeamos as redes de sociabilidade que eles criaram e das quais participaram, como congressos, associações religiosas e culturais, redação dos periódicos e agremiações literárias. As cooperações estabelecidas entre os intelectuais do período, em especial nos I e II Congresso Afro- Brasileiro, ajudaram a ampliar e a fortalecer a agenda de luta do PC brasileiro frente aos interesses do proletariado brasileiro. As reflexões iniciais levaram-nos ao entendimento de que os comunistas baianos foram os responsáveis pela alimentação da pauta racial no partido na primeira metade do século XX, no intuito de combater o racismo e a intolerância religiosa e ampliar a representação dos comunistas frente aos trabalhadores negros. Para reforçar nossas reflexões iniciais, usamos várias fontes, como impressos, cartas trocadas entre os sujeitos da pesquisa e intelectuais importantes do período como Arthur Ramos (1903-1949), assim como fizemos uma seleção criteriosa de biografias e autobiografias sobre a atuação político-intelectual dos militantes baianos