Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Capizzani, Carolina Paulino da Costa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-23112017-100715/
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Resumo: |
Achromobacter sp. e Burkholderia sp. são considerados patógenos problemáticos em pacientes com fibrose cística (FC), principalmente por apresentarem linhagens que podem ser transmissíveis e multidroga resistentes. Este trabalho teve como objetivo analisar isolados de Achromobacter e do complexo Burkholderia cepacia (CBc) de pacientes com FC atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas de Campinas (HCFCM-UNICAMP): identificar gênero/espécies; avaliar a sensibilidade a antimicrobianos; investigar relações genéticas entre os isolados por Pulsed-field Gel Electrophoresis (PFGE); elucidar a taxonomia e epidemiologia molecular dos isolados por Multilocus Sequence Typing (MLST) e correlacionar os resultados com dados clínicos. Entre julho/2011 a setembro/2014, nos dois hospitais, as espécies mais prevalentes de Achromobacter e CBc foram A. xylosoxidans e B. vietnamiensis, respectivamente. Os antibióticos mais efetivos contra isolados de Achromobacter sp. de pacientes do HCFMRP-USP foram imipenem e meropenem e do HCFCM-UNICAMP foram meropenem e ceftazidima. Os antibióticos mais efetivos contra CBc de pacientes do HCFMRP-USP foram sulfametoxazol-trimetoprim e meropenem e do HCFCM-UNICAMP foram ceftazidima e meropenem. Houve suspeita de contaminação cruzada entre alguns pacientes que apresentaram isolados com o mesmo perfil de PFGE. No HCFMRP-USP, isolados de B. vietnamiensis de pacientes diferentes tiveram o mesmo perfil de PFGE e apenas 2 pacientes tinham infecção crônica. No HCFCM-UNICAMP, isolados de B. cenocepacia IIIB de 4 pacientes apresentaram o mesmo pulsotipo, porém nenhum dos pacientes tinha infecção crônica. Isolados de B. vietnamiensis e B. multivorans de pacientes diferentes no HCFCM-UNICAMP também apresentaram o mesmo pulsotipo, e apenas um paciente colonizado por B. multivorans tinha infecção crônica. No HCFCM-UNICAMP, isolados de Achromobacter apresentaram perfis únicos de PFGE, enquanto que no HCFMRP-USP houve suspeita de contaminação cruzada somente entre pacientes colonizados por A. xylosoxidans, sendo que 3 destes pacientes estavam com infecção crônica. Nos dois hospitais, 17 STs foram identificados em isolados do CBc, 14 deles pela primeira vez e 3 STs (ST17, ST369 e ST911) apresentaram distribuição intercontinental. Em isolados de pacientes dos dois hospitais foram identificados alguns STs em comum (STs 1056, 1057, 369 e 911), o que pode sugerir ancestral comum. No total, 6 STs diferentes foram identificados em isolados de A. xylosoxidans de pacientes do HCFMRP-USP, dos quais 3 STs apareceram pela primeira vez e os outros 3 STs apresentaram distribuição intercontinental. Nenhuma das espécies apresentou linhagens epidêmicas descritas. Os pacientes colonizados cronicamente por A. xylosoxidans apresentaram valores de escore de Shwachman, índice de massa corporal (IMC) e função pulmonar menos preservados e exacerbações ligeiramente mais frequentes do que pacientes colonizados por bactérias do CBc. Este estudo possibilitou a correta identificação dos patógenos proporcionando a adoção de medidas de controle mais efetivas e tratamentos mais adequados, além de atualização do banco de dados epidemiológicos, o que facilita a análise colaborativa multicêntrica e auxilia no controle de infecção global destes patógenos. |