Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Dias, Franciele Voltarelli da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17151/tde-09112022-114823/
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Resumo: |
A apneia obstrutiva do sono (AOS) é a extremidade mais grave do espectro dos distúrbios respiratórios do sono (DRS) com causa principal a hipertrofia das tonsilas palatinas e faríngea que favorece a instalação da respiração oral. Conhecer e compreender os problemas subjacentes à AOS infantil, para contribuir com a elaboração da terapia miofuncional orofacial foi a maior finalidade deste estudo. Os objetivos foram analisar os músculos e as funções do sistema estomatognático e investigar o controle motor orofacial em crianças com AOS, comparativamente a um grupo sem AOS. Participaram 57 crianças com faixa etária entre 6 a 12 anos (8,4 ± 1,6 anos) divididas em dois grupos: grupo AOS com 34 crianças (16 meninos e 18 meninas) e grupo NAOS com 23 (12 meninos e 11 meninas), 10 sem DRS e 13 com ronco primário. Todas passaram por avaliação otorrinolaringológica, polissonográfica e orofacial, a qual compreendeu a análise da condição miofuncional e do controle motor por meio do protocolo de avaliação miofuncional orofacial com escores (AMIOFE), medidas de máxima pressão de lábios e de língua por meio do Iowa Oral Performance Instrument (IOPI) e de força de mordida e de língua com um gnatodinamômetro, eletromiografia de superfície dos músculos temporais anteriores, masseteres e supra-hióideos e cinemática da diadococinesia oral. Estatística paramétrica foi aplicada aos dados contínuos com distribuição normal (t-Student e Anova dois fatores) e não paramétrica aos dados categóricos ou sem distribuição normal (Qui-quadrado e Mann-Whitney). O nível de significância foi estabelecido como P < 0,05. O tamanho do efeito, que representa a relevância clínica, foi calculado de acordo com o teste empregado. O grupo AOS apresentou piores condições miofuncionais, com diferenças significativas nas categorias aparência/postura, mobilidade, funções e, consequentemente, no escore total do AMIOFE (P < 0,001), com grande relevância clínica. A capacidade de exercer pressão de língua na deglutição (P < 0,05), forças de mordida (P < 0,001) e de ponta de língua (P < 0,05) foram menores no grupo AOS que no grupo NAOS. Na deglutição de 5 mL de líquido, o grupo AOS realizou um maior número de goles, com menor volume por deglutição (P = 0,01). No grupo AOS, um maior gasto de energia relativa foi necessário para cumprir a demanda mastigatória (integral, %*s) (P < 0,05) e a deglutição de 50 mL, embora nessa prova não tenha atingido a significância estatística (P = 0,07), a relevância clínica foi moderada. A diadococinesia oral foi semelhante nos grupos. Em conclusão, as crianças do grupo AOS, além de respiração oral e acentuada mudança na aparência e postura da musculatura orofacial, apresentaram inabilidade motora em provas de mobilidade, na produção de pressão/força com a musculatura da língua e da mastigação e despenderam maior energia as tarefas funcionais de mastigação e deglutição contínua. Em conjunto, esses achados indicam um prejuízo no desempenho motor orofacial nas crianças com AOS. |