Influência da vacinação com dTpa em gestantes no perfil da resposta imunológica contra a Bordetella pertussis na criança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Correia, Carolina Argondizo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-18052018-101733/
Resumo: A Bordetella pertussis é a bactéria causadora da coqueluche, doença infectocontagiosa que tem reemergido em diversos países apesar das altas coberturas vacinais. Como os indivíduos mais afetados são crianças menores de seis meses de idade, a vacinação de gestantes com uma dose de vacina adsorvida contra tétano, difteria e coqueluche (B. pertussis acelular - dTpa) foi proposta. O objetivo é promover a transferência de altos títulos de anticorpos maternos ao feto e recémnascido, resultando na sua proteção até que o seu esquema vacinal esteja concluído. Esta estratégia é empregada em diversos países e no final de 2014 foi introduzida no Brasil. Entretanto, pouco se sabe sobre sua eficácia, efetividade e interação com a posterior vacinação da criança, que é realizada com a formulação de células inteiras (DTP), enquanto outros países substituíram-na pela formulação acelular (DTPa). Sabe-se que a vacinação materna induz anticorpos que ajudam a proteger recém-nascidos da infecção, mas podem, também, neutralizar a vacinação da criança, diminuindo a eficiência vacinal, além de promover a transferência de antígenos para o feto, induzindo desvio do perfil de resposta. Esses aspectos são particularmente importantes e devem ser investigados quando novos programas de vacinação materna são implantados. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a resposta celular contra B. pertussis em parturientes e neonatos no dia do parto, e em lactentes após vacinação completa contra a coqueluche com DTP no primeiro ano de vida, comparando-se o grupo proveniente de mães que foram vacinadas durante a gestação com as que não receberam a dose de reforço. As células mononucleares do sangue periférico e de cordão umbilical dos participantes foram isoladas e estimuladas com antígeno bacteriano ou antígeno policlonal em cultura. Após o tempo estipulado, verificou-se o perfil de expressão gênica por qPCR nas células e a concentração de citocinas de interesse em sobrenadante, por meio de citometria de fluxo. Os dados obtidos mostram que a vacina na gestação induz resposta celular favorável à proteção contra infecção em gestantes, com produção de citocinas de perfil Th1 após estímulo antigênico, enquanto que nos neonatos poucas citocinas estavam acima dos limites de detecção. Quando se comparou a resposta de lactentes nascidos de mães vacinadas ou não durante a gestação, não foi encontrada diferença significativa nos níveis de citocinas produzidos, sugerindo que os anticorpos maternos presentes durante o desenvolvimento fetal e os primeiros meses de vida das crianças não interferiu no processo de reconhecimento e geração de resposta específica. Apesar do número amostral limitado, este trabalho mostra um panorama da interação da vacinação materna com a resposta celular à vacinação da criança no seu primeiro ano de vida, mostrando que a princípio a dose de reforço com dTpa durante a gestação é capaz de gerar resposta celular protetora nas gestantes, prevenindo-as de transmitir a doença a seus filhos, e a resposta humoral produzida não interfere na geração de resposta celular de seus filhos após o seu próprio esquema de imunização.