Avaliação da resposta imune contra Bordetella pertussis e Bordetella parapertussis em amostras de sangue humano provenientes de indivíduos de diferentes grupos etários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Eliane Pessoa da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
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Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/87/87131/tde-28112022-162929/
Resumo: A coqueluche é uma doença causada pela bactéria B. pertussis (Bp) ou B. parapertussis (Bpp). Está entre as maiores causas de morbidade do mundo, com estimativa de ocorrência de 16 milhões de casos e aproximadamente 195.000 mortes anuais. Estudos têm mostrado maiores incidências em adolescentes e adultos jovens, tendo como possível causa o declínio da imunidade vacinal, tornando-os susceptíveis e prováveis transmissores da doença para populações mais vulneráveis, o que explica o aumento de casos em crianças menores de 6 meses de idade, ainda não completamente imunizadas. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um estudo epidemiológico presuntivo da circulação de Bp ou Bpp, baseado na resposta imune, em amostras de sangue de voluntários. Além disso, demonstrar, em um modelo murino, se a memória imunológica após a imunização com uma vacina celular de Bp (WCP) persiste na proteção contra coqueluche, e investigar se um reforço com WCP, vacina acelular (APV) ou uma nova candidata vacinal com menor teor de LPS (Plow) induz uma resposta protetora significativa em relação à ausência do reforço. Para isso, o estudo foi conduzido em duas etapas. Primeiro, avaliou-se a resposta imune humoral e celular de 1500 amostras de sangue de voluntários de seis faixas etárias (5-9; 10-14; 15-19; 20-39; 40-59; 60 anos). Soros de crianças de 5-9 anos apresentaram altos níveis de anticorpos IgG anti-Toxina pertussis (PT) e de citocinas de perfil de resposta Th1, em função do estímulo com WCP, além de menores níveis de IgG anti-Bpp, sugerindo a persistência da imunidade vacinal para Bp e a proteção cruzada da DTP para Bpp. Resultados similares em adolescentes de 10-14 anos sugerem um resquício da imunidade vacinal nesta faixa etária. Altos níveis de IgG anti-PT também foram observados na faixa etária de 15-19 anos e, segundo a literatura, é provável que a imunidade natural tenha se sobreposto à vacinal, indicando exposição recente devido à alta circulação da bactéria. Já soros de adultos e idosos apresentaram os menores níveis de IgG anti-PT, tornando-os mais susceptíveis ao contágio, sendo os adultos de 20-39 os mais prováveis transmissores. Na segunda etapa, foram definidos cinco grupos de camundongos BALB/c, quatro que receberam 15 duas doses quinzenais da vacina WCP, além de um grupo salina. Na 25ª semana, três grupos receberam um reforço com WCP, APV ou Plow e um grupo não recebeu o reforço. As análises de memória imunológica e de proteção indicaram que animais sem reforço vacinal apresentaram baixas frequências de linfócitos T (CD4 e CD8) e de células B. Em contrapartida, o reforço com APV ou Plow induziu uma maior resposta imune, mediada por linfócitos T e células B, com eliminação completa da bactéria no LBA e níveis estatisticamente inferiores de bactérias nos pulmões. Conclui-se que o reforço vacinal é indicado pelo menos aos adolescentes ou adultos jovens, maiores possíveis transmissores da bactéria, e que a vacina Plow pode ser uma boa alternativa, devido a sua baixa reatogenicidade e o seu baixo custo de produção em relação à APV.