Estudo dos efeitos da injeção intravascular de drogas vasoconstritoras associadas a anestésicos locais, sobre a pressão arterial de ratos hipertensos renais e fumantes passivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Almeida, Elizandra Paccola Moretto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-10092012-110919/
Resumo: O anestésico local é o medicamento mais utilizado na Odontologia e sua associação com vasoconstrictores aumenta a duração da anestesia, diminuindo seus efeitos sistêmicos. A hipertensão e o tabagismo são freqüentes na população, sendo responsáveis por complicações sistêmicas. A felipressina, por não interferir com receptores simpáticos, poderia ser um vasoconstrictor indicado para pacientes hipertensos. O objetivo deste trabalho foi estudar a reatividade cardiovascular de animais simultaneamente hipertensos e fumantes passivos aos agentes vasoconstritores associados aos anestésicos locais, verificando também o efeito do tratamento com atenolol. Foram utilizados ratos Wistar machos, divididos em 5 grupos: 1) normotensos não fumantes; 2) normotensos fumantes passivos; 3) hipertensos não fumantes; 4) hipertensos fumantes passivos; 5) hipertensos fumantes passivos tratados com atenolol. A hipertensão renal foi induzida pela remoção do rim direito e instalação de clip de prata (abertura 0,25mm) na artéria renal esquerda, após anestesia com quetamina e xilazina. Os ratos fumantes passivos foram colocados diariamente por 10 minutos, durante 28 dias, em caixa de madeira de 30cmX25cmX15cm dividida em dois compartimentos. Em um deles, eram acesos 10 cigarros e no outro ficavam os animais. A tampa da caixa era fechada e um sistema de ventilação lançava fumaça dos cigarros para o compartimento dos ratos, num fluxo de 10l/min. Após medida indireta da pressão arterial, 14 dias após a cirurgia, o grupo tratado com atenolol foi medicado durante 14 dias seguintes (90 mg/Kg) por gavage. No 28o dia, todos receberam catéter de polietileno na artéria carótida esquerda (para medida de pressão) e outro na veia jugular direita (para injeção de drogas). Para os 5 grupos foram utilizadas: adrenalina (80, 160, 320, 640 e 1280ng) e felipressina (0,125, 0,25, 0,5, 1, 2 e 3 x 10-3UI). O catéter arterial era conectado a transdutor de pressão e o registro realizado por software específico. Foram analisadas: menor resposta hipotensora, maior resposta hipertensora e duração de resposta para cada dose. Os dados foram analisados por análise de variância de medidas repetidas, seguida do teste de Tuckey ou Holm-Sidack, com nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que o fumo passivo reduziu significativamente a resposta vasodilatadora produzida pela adrenalina, em animais normotensos e hipertensos, potencializou suas respostas hipertensoras e aumentou a duração das respostas à adrenalina, ampliadas ainda mais pelo tratamento com atenolol. O tratamento com atenolol promoveu aumento adicional das respostas hipertensoras à adrenalina nos hipertensos-fumantes. A felipressina não apresentou ações vasodilatadoras e suas ações hipertensoras foram potencializadas pelo fumo passivo, em amplitude e duração. O atenolol não promoveu aumento adicional da amplitude das respostas à felipressina. Nos animais hipertensos, o tratamento com atenolol associado ao fumo passivo teve efeito expressivo, aumentando significativamente a duração total das respostas à felipressina. A felipressina, quando comparada à adrenalina, não apresentou efeitos hipotensores diretos, a resposta hipertensora máxima foi nitidamente inferior e a duração das respostas à felipressina foi o dobro da adrenalina. Dessa forma, a felipressina se torna uma droga interessante na hipertensão, devido a sua capacidade de promover vasoconstrição prolongada, sem potencializar a atividade simpática sistêmica.