Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Luciete Valota |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-04012016-094754/
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Resumo: |
Este trabalho objetiva investigar se e como o processo grupal pode ser um instrumento de resistência ao sofrimento, ao adoecimento e à alienação na relação com o trabalho docente. Apresenta como referenciais teóricos basilares a psicologia histórico-cultural e a perspectiva histórico-dialética dos grupos humanos, representada primordialmente pelos autores Silvia Lane, Martín-Baró e Arthur Petrovski. Tem, ainda, como postulado teórico nuclear, o método materialista histórico e dialético, o qual norteia as aproximações analíticas sucessivas do objeto fundamental desta tese. Uma abordagem materialista e dialética de grupo busca explicá-lo em sua historicidade, movimento e síntese de multideterminações sociais, logo, como processo grupal. O estudo abrange, como métodos investigatórios, uma palestra interativa sobre a Saúde do Professor, entrevistas de esclarecimento e principalmente o processo grupal com professores da rede estadual paulista. No percurso ontológico do grupo, os educadores primaram pela discussão e reflexão de temas substanciais em torno da realidade singular-particular da escola e do cenário da educação pública do estado e país, tendo como centralidade o trabalho docente em seus nexos essenciais com os processos de saúde, de sofrimento psicossocial e de adoecimento. As categorias da dialética materialista de totalidade, contradição e mediação balizaram o método aproximativo de captação do grupo como objeto real e concreto via mediação das abstrações teóricas forjadas a partir das representações empíricas obtidas. As principais categorias psicossociais extraídas nesse procedimento analítico e interpretativo foram a Atividade Grupal, a Afetividade Grupal e a Identidade Grupal. Estas iluminaram a análise das situações singulares, cuja dinâmica resultou em um conjunto de sínteses teórico-empíricas apreendidas nas complexas interconexões entre os professores e o grupo. A reflexão coletiva sobre os elementos singulares e gerais da negatividade e da positividade do trabalho docente produzem contradições e avanços nas consciências pedagógicas. As dimensões negativas predominantes baseiam-se no poder autocrático imediato e mediato da administração escolar, na desvalorização financeira e social do magistério, na crescente precarização das condições de trabalho, que impossibilitam a concretização plena da atividade educativa e o contato permanente com as produções humano-genéricas. As dimensões positivas estão atreladas fundamentalmente às análises grupais acerca das perspectivas tênues de objetivação de uma atividade de ensino potencialmente geradora de sentido pessoal, que reavivam ideais de uma educação superadora da particularidade alienada e ensejam afetos positivos. O processo grupal engendra a satisfação de múltiplas necessidades humanizadoras que se transformam em motivos estimuladores das atividades individuais, quais sejam: motivos terapêuticos, motivos reveladores das dificuldades docentes, motivos de aprendizagem, motivos do trabalho coletivo, motivos reflexivos do processo saúde-doença e motivos afetivo-emocionais. A satisfação das necessidades humanizadoras, obliteradas no plano concreto da realidade escolar e social, geram afetos positivos nos participantes. O grupo adquire uma nova qualidade na hierarquia motivacional da estrutura da consciência/atividade de determinados professores, revelada pelas análises da discrepância entre as Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo da escola e o grupo consolidado. Uma identidade coesa entendida como momento importante para o desenvolvimento ulterior e superior de uma identidade menos institucionalizada e mais emancipada foi detectada na produção grupal. Essas constatações teórico-empíricas autorizam a defesa da tese supracitada, não obstante a superação integral da alienação pedagógica está determinada pela superação desta totalidade concreta, na direção de uma sociabilidade omnilateral |