Comparação da tolerância e aceitabilidade de cirurgiões à aplicação de solução alcoólica versus aplicação de antissépticos degermantes para o preparo cirúrgico das mãos: um ensaio clínico pareado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lopes, Ana Elisa Ricci
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-19112019-192529/
Resumo: Introdução: de acordo com a Organização Mundial de saúde (OMS), o preparo cirúrgico das mãos utilizando solução alcoólica ou água e antissépticos degermantes são recomendados, pois são considerados igualmente eficazes para a prevenção de infecção do sítio cirúrgico. Objetivos: comparar a tolerância e aceitabilidade dos cirurgiões realizando o preparo cirúrgico das mãos com solução alcoólica e com clorexidina 2% (CHG) ou iodopovidina 10% (PVP-I) degermantes. Métodos: ensaio clínico pareado realizado em um hospital público universitário de nível terciário com equipes cirúrgicas que realizam procedimentos cardíacos e ortopédicos, de 1 de abril a 31 de outubro de 2017. Na primeira fase, todos os participantes realizaram o preparo cirúrgico das mãos com clorexidina 2% (CHG) ou iodopovidona 10% (PVP-I) degermantes antes de qualquer procedimento cirúrgico. Na segunda fase, todos os participantes realizaram o preparo cirúrgico das mãos com uma solução alcoólica contendo 57% de etanol e 22,5% n-propanol. A tolerância da pele com os produtos do estudo foi avaliada por duas enfermeiras treinadas e pelos próprios cirurgiões usando escalas validadas pela OMS, durante cada uma das fases do estudo. Também foi avaliada a tolerância subjetiva dos produtos testados, relatada pelos cirurgiões. Todos os dados coletados foram dicotomizados em \"bom\" ou \"ruim\" e analisados usando o teste de MacNemar dentro do programa STATA (versão 14). A tolerância para a solução alcoólica foi comparada separadamente com CHG e PVP-I degermantes. Resultados: todos os 56 cirurgiões potencialmente elegíveis foram convidados a participar, porém 23 que não participaram de qualquer procedimento cirúrgico durante uma das fases, foram excluídos, sendo a população do estudo constituída por 33 cirurgiões. Na avaliação objetiva, a única diferença significativa observada foi maior \"vermelhidão\" com o uso da solução alcoólica em comparação com a CHG (57,1% vs 9,5% p=0,0129). Na avaliação realizada pelo próprio cirurgião não houve diferença na integridade da pele ao se comparar solução alcoólica com CHG e solução alcoólica com PVP-I. Os cirurgiões apresentaram aceitabilidade semelhante da solução alcoólica e CHG degermante, exceto pela textura (71,4% vs 0%, p = 0,002) e apresentaram melhor aceitabilidade da solução alcoólica em comparação ao PVP-I a respeito o cheiro do produto (66,6% vs 0%, p = 0,002), cor (73,3% vs 0%, p = 0,001), textura (60% vs 0%, p = 0,004), efeito de ressecamento de pele (60% vs 0%, p = 0,004), aplicação (66,6% vs 0%, p = 0,002) e satisfação geral (66,6% vs 6,7% p = 0.011). Quanto à preferência pelos métodos para o preparo cirúrgico das mãos, 73,3% responderam preferir solução alcoólica. Conclusão: a solução alcoólica e os antissépticos degermantes foram bem tolerados pelas equipes cirúrgicas, quando se considerou a avaliação das condições da pele. Em relação à aceitabilidade, a solução alcoólica foi preferida para o preparo cirúrgico das mãos quando comparada ao uso das soluções de PVP-I ou CHG degermantes