Bem-estar subjetivo: uma abordagem intergeracional pelo método de pseudopainel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Dib Netto, João Henrique Chaer
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
WVS
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-01092014-153739/
Resumo: O objetivo principal deste trabalho é contribuir com a literatura de bem-estar subjetivo ao sugerir a aplicação da metodologia de pseudopainel para as \"happiness equations\", nome pelo qual ficaram conhecidas as equações de bem-estar com variável dependente \"satisfação com a vida\" ou \"felicidade\". Utilizando a base de dados WVS - pesquisa internacional realizada com periodicidade irregular de 1981 a 2008 em mais de 50 países - e seguindo a metodologia sugerida por Deaton (1985), foram rastreadas \"células\" de indivíduos ao longo dos últimos 20 anos para estimação dos determinantes do bem-estar. As células foram formadas pela interação entre geração, gênero e país de nascimento. A grande vantagem do modelo de pseudopainel é que permite controlar para efeitos fixos não-observáveis de células, que são prováveis fontes de viés. Os resultados apontam que os principais determinantes do bem-estar subjetivo individual e intergeracional são: saúde, porque o bem-estar subjetivo tem associação inegável ao bem-estar físico; renda individual ou agregada, porque os bens materiais trazem utilidade, mesmo considerando o efeito adaptação e as crescentes aspirações; emprego, porque além dos ganhos monetários o trabalho também conduz a um maior status social e autoestima; religião, porque a reflexão, a introspecção e a crença em um ser superior confortam em momentos de dificuldade, ajudam a aceitar as adversidades e dão esperança e sentido à vida; senso de liberdade, porque, na maioria das situações, as pessoas preferem ter a sensação de controle sobre suas escolhas e extraem utilidade do processo de decisão. Por fim, tendo em vista a discussão recente na literatura sobre a perda de bem-estar na transição dos países ex-socialistas para o capitalismo, o modelo de pseudopainel foi adaptado para estimar o impacto dessa mudança em diferentes gerações. Os resultados apontam que as gerações mais antigas foram aquelas que mais sofreram perda de bem-estar. O comportamento da satisfação com a vida após os anos 90 nesses países, mesmo considerando diversos outros fatores sócio-econômicos, assumiu um \"formato de V\": repentino declínio com gradual recuperação, que se estende até os dias de hoje.