Desenvolvimento de recursos na área de tecnologia assistiva: desafios e possibilidades em institutos federais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Andrioli, Mary Grace Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-31072017-160236/
Resumo: A Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento interdisciplinar reconhecida como alternativa relevante para favorecer a autonomia e a independência de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Entretanto, no Brasil, há vários fatores que têm dificultado o seu acesso: desde o alto custo e dependência de importações à falta de divulgação das iniciativas existentes. Assim, partiu-se da hipótese de que instituições de educação pública voltadas à formação profissional e desenvolvimento científico e tecnológico poderiam ter um importante papel nessa área, tal como expresso na Lei no 11.892 que em 2008 criou os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Diante desse contexto, foi proposta a seguinte questão: de que forma essas instituições têm atuado no desenvolvimento de recursos de Tecnologia Assistiva? Para satisfazer tal questionamento, esta tese teve como objetivos descrever e analisar as iniciativas de desenvolvimento de Tecnologia Assistiva realizadas em dois câmpus de Institutos Federais, um localizado em Campinas-SP e outro em Bento Gonçalves-RS, buscando compreender as características do processo de desenvolvimento dos recursos, o público para o qual são destinados, perfil das equipes envolvidas, as condições institucionais e de que forma tem sido pensado o compartilhamento dos conhecimentos relacionados. Foi adotada abordagem qualitativa, e as técnicas de coleta de dados constituíram-se em entrevista semiestruturada e fontes documentais públicas, além de registros dos próprios pesquisadores. A análise dos dados foi baseada no referencial legal e teórico relacionado com Tecnologia Assistiva em consonância com as finalidades e objetivos expressos na Lei supracitada. Os resultados revelaram forte potencial de desenvolvimento de recursos de Tecnologia Assistiva, predominando as soluções consideradas de baixo custo, sendo, na maioria das vezes, baseadas em hardware aberto (que permite conhecer, realizar modificações e compartilhar os resultados). Ainda assim, e levando em conta que os dois grupos possuíam realidades distintas, sendo uma iniciativa com equipe institucionalizada e a outra não, mostrou-se relevante considerar tal desenvolvimento articulado à oferta de serviços via ações de extensão, apoiando os Núcleos que atendem pessoas com deficiência nas instituições, além de fomentar pesquisas na área. Por outro lado, uma dificuldade recorrente em ambas as iniciativas foi relacionada à aquisição de componentes para o desenvolvimento dos recursos, que acabam sendo muitas vezes custeados pelos próprios pesquisadores, recaindo em diversos momentos em uma perspectiva de autossustentabilidade. Nas duas iniciativas, o compartilhamento de conhecimentos e recursos faz parte das intenções dos entrevistados, o que revela a necessidade de estabelecer uma política própria para essa finalidade, bem como criar repositórios que favoreçam o licenciamento aberto, formato entendido como mais adequado. Por fim, sugere-se que o Estado assuma o fomento de políticas para institucionalização dessa área, garantindo não somente equipe, mas infraestrutura e recursos para manutenção das atividades, aproveitando-se e fortalecendo a organização em rede e a territorialidade dos Institutos Federais.