Pegar e fazer: a dinâmica da produção e dos usos de artefatos artesanais na região da Barra do Rio Mamanguape - PB e reflexões sobre design e produção do mundo artificial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Riul, Marília
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-10092015-130938/
Resumo: Uma série de transformações ambientais, territoriais, sociais e econômicas têm influenciado os modos de vida das culturas tradicionais estabelecidas nas diversas regiões do Brasil e do mundo. Um dos aspectos que é tocado por essas mudanças é a prática da produção artesanal dos artefatos que auxiliam as atividades domésticas e produtivas dessas populações. Esta pesquisa analisou a atual produção de artefatos artesanais em povoados historicamente fixados na região da Barra do Rio Mamanguape, Paraíba, e também investigou as características presentes do uso de tais artefatos no cotidiano de uma das vilas locais. Essa prática tradicional é fundamentalmente associada às atividades de subsistência desenvolvidas pelas populações da região, como a agricultura, a pesca artesanal e o extrativismo, e tem sido delineada por diferentes fatores de dimensão local e global. Algumas implicações dessa dinâmica são o rareamento da presença da figura do artesão naqueles povoados, bem como o desaparecimento de algumas de suas expressões tradicionais. Foram verificadas variações nas características de alguns artefatos de origem indígena milenar, associados à cultura Potiguara. Também foi constatado o surgimento de outras expressões materiais que decorrem das interações das populações locais com o contexto urbano e industrial, em hibridismo com os elementos culturais tradicionais constituídos a partir da sua histórica relação com os ecossistemas circundantes e a biodiversidade nela existente. Práticas e sentidos embutidos na maneira de produzir o mundo artificial analisada neste contexto foram elencados como aspectos pertinentes ao processo de reconfiguração da atividade do design. Tal reconfiguração é discutida no âmbito de suas práticas e valores, como atividade urbana e industrial responsável pela concepção de grande parte da nossa cultura material, e diante da nossa conjuntura socioambiental.