Dos saberes imateriais à concepção dos artefatos: uma etnografia do design vernacular em um quilombo da Paraíba.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SANTOS, Walísson Adalberto dos.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia - CCT
PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/13221
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar como o saber imaterial está simbolizado na concepção dos artefatos produzidos em comunidades quilombolas no estado da Paraíba. O design vernacular resultante de processos produtivos tradicionais que refletem uma profunda e íntima relação com seu território de origem, expressando sua história, sua cultura, suas relações sociais e seus saberes imateriais está sendo substituído pela incorporação de novos produtos industrializados e desaparecendo junto com as técnicas que se perpetuavam com os ensinamentos passados dentro do núcleo familiar e social. E, além disso, as práticas, expressões, saberes, processos, formas de viver e técnicas que eram reproduzidas historicamente dentro de um determinado grupo estão se desconfigurando pela falta de interesse dos mais jovens. Todavia, como forma de registrar e resgatar a Cultura Imaterial dessas comunidades, pesquisadores vêm realizando descrições sobre o universo simbólico materializado nos próprios modos de produção de artefatos representando o contexto e a identidade individual e coletiva. Assim, buscando compreender esta dinâmica simbólica entre artefatos e saberes imateriais, este trabalho tem enquanto propósito o de responder a seguinte questão de pesquisa: de que forma os artefatos vernaculares em comunidades quilombolas simbolizam os saberes de sua cultura imaterial? A pesquisa foi realizada buscando analisar como a imaterialidade se simboliza na concepção dos artefatos produzidos na Comunidade Quilombola do Grilo, em Riachão do Bacamarte, no estado da Paraíba. Para a coleta de dados foi empregada a Etnografia, que é um procedimento metodológico que surgiu no interior da Antropologia, mas que também vem sendo utilizada em outras ciências. Esteve embasada na Observação Participante, onde o pesquisador buscou se incorporar na comunidade, vivendo o cotidiano deste ambiente. Além disso, foram aplicadas entrevistas semiestruturadas, feito uso do diário de campo e de registros fotográficos. Enquanto resultados, percebe-se que a concepção dos artefatos vernaculares nesta comunidade (como as louças de barro que foram os principais artefatos selecionados para a análise dos dados) se reproduzem a partir de saberes imateriais que foram repassados, principalmente, a partir de uma estrutura histórica-familiar. E que esta simbolização se representa a partir da morfologia do artefato, que traz em si uma gama de elementos que determinam a sua estética-formal, resultado da própria metodologia empírica empregada que é adaptada de acordo com o período histórico vivido. Além disso, o que mais caracteriza essa simbolização é a sustentabilidade da cultura imaterial, que é transmitida de forma oral, onde se preservam alguns aspectos, sendo que outros são atualizados, mas que determinam a identidade étnica de um grupo e do seu particular design vernacular.