Detecção dos poliomavírus humano BK e JC em fluidos orais de indivíduos com insuficiência renal crônica e transplantados renais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Alves, Talita de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PCR
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23141/tde-19012016-163456/
Resumo: Novas abordagens clínicas para o diagnóstico e monitoramento de pessoas com doenças sistêmicas têm sido empregadas, através da utilização de fluidos biológicos orais, como a saliva e o fluido gengival crevicular (FGC). Alguns autores têm avaliado o potencial desses fluidos no diagnóstico e acompanhamento de doenças, por apresentarem vantagens tais como coleta não invasiva e segurança no manuseio. Até o presente momento, poucos trabalhos detectaram os poliomavírus humano BK (BKV) e JC (JCV) em saliva e nenhum trabalho procurou sua presença no FGC. Esses poliomavírus infectam assintomaticamente cerca de 80% da população geral, mantendo-se latente no trato urinário. No caso de imunossupressão mediada por células, pode ocorrer o aumento da replicação e indução de reação inflamatória. Uma das doenças causadas pela replicação do BKV é a nefropatia associada ao poliomavírus (NAP), caracterizada pela disfunção e perda do próprio rim ou do rim transplantado, enquanto a Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LMP), causada pela replicação do JCV, infecta os oligodendrócitos, causando desmielinização. Métodos não invasivos para o screening dos poliomavírus podem facilitar a detecção de novos casos e a monitoração de casos previamente conhecidos. O objetivo deste estudo foi verificar a possibilidade de detecção e quantificação do BKV e JCV em fluidos orais (saliva, lavado bucal e FGC) de indivíduos com insuficiência renal crônica (IRC), transplantados renais (TR), e controles em relação ao sangue e urina, fluidos frequentemente usados para esse teste. Para tanto, foram incluídos no estudo 38 sujeitos, divididos em 3 grupos, sendo 14 indivíduos no grupo com IRC (GIR), 12 TR no grupo transplantado renal (GTR) e 12 indivíduos saudáveis no grupo controle (GC). No total, coletamos 283 amostras dos participantes, sendo 151 de FGC, 38 amostras de saliva, 38 de lavado bucal, 35 de soro e 21 amostras de urina. No GIR, 100% (14) dos indivíduos apresentaram positividade para BKV em pelo menos uma amostra analisada e 14% (2) foram positivos para JCV. No GTR, 91,7% (11) dos indivíduos foram positivos para BKV e 51,7% (5) foram positivos para JCV. Dentre os sujeitos do GC, 91,7% (11) foram positivos para BKV e 50% (6) para JCV, em pelo menos uma amostra testada. Não houve diferença de frequência de detecção viral entre os 3 grupos de participantes, com relação às amostras coletadas. As amostras de fluidos orais (saliva, lavado e FGC) exibiram alta prevalência de detecção, principalmente do BKV, com muitas amostras com níveis quantificáveis de carga viral. Concluímos que fluidos orais, especialmente saliva e lavado bucal, podem ser usados para o rastreamento do BKV e JCV.