Monitoramento dos herpesvírus EBV, HCMV e HHV-6 em receptores de transplante renal e desenvolvimento de um método de diagnóstico molecular para triagem e diferenciação dos poliomavírus BK e JC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ribas, Flavia Savassi Baptista de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11853
https://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2019.d.10378455796
Resumo: O aumento do risco de infecções oportunistas após o transplante renal requer o monitoramento de infecções virais para se evitar as complicações ocasionadas por esses agentes. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi monitorar a infecção pelos herpesvírus Epstein-Barr (EBV), Citomegalovírus Humano (HCMV) e Herpesvírus Humano tipo 6 (HHV-6) em receptores de transplante renal, correlacionando esses achados com dados sociodemográficos e clínicos dos pacientes no primeiro ano pós-transplante. Além disso, foi realizado o desenvolvimento e implementação de uma técnica de diagnóstico molecular por duplex semi-nested PCR (duplex sn-PCR) para triagem e diferenciação de dois poliomavírus, BKPyV e JCPyV, também importantes no cenário do transplante. Amostras de sangue total, plasma e urina de 82 receptores de transplante renal foram coletadas mensalmente durante o primeiro semestre e trimestralmente no segundo semestre até o período de um ano póstransplante. EBV, HCMV e HHV-6 foram detectados e quantificados por PCR em tempo real, pelo método TaqMan®. Para avaliação da técnica desenvolvida, foram obtidas um total de 87 amostras clínicas a partir dos 82 receptores de transplante renal, sendo 60 amostras de sangue total, 21 amostras de urina, cinco amostras de plasma e uma amostra de biópsia renal. A viremia do EBV e HCMV foi detectada em 32 pacientes (39% cada), enquanto a viremia do HHV-6 em apenas três pacientes (3,7%). O EBV foi significativamente associado com idade (p=0,050), terapia de indução com timoglobulina (p=0,019), terapia baseada em inibidores de mTOR (p=0,003) e sexo feminino (p=0,044). O HCMV foi significativamente associado à indução com basiliximabe (p=0,015), terapia baseada em micofenolato de mofetil (MMF) (p=0,003) e rejeição aguda do aloenxerto (p=0,033). Além disso, a doença por HCMV foi correlacionada com terapia baseada em MMF (p=0,021) e sexo feminino (p=0,003). Quanto ao desenvolvimento da técnica para triagem e diferenciação dos poliomavírus BK e JC por duplex sn-PCR, o limite de detecção de ambos os vírus pela metodologia desenvolvida foi de 10 cópias/μL, sendo a técnica específica para co-detectar os vírus na mesma amostra clínica. Das 87 amostras analisadas, 35,6% (31/87) foram positivas para BKPyV, sendo 11 amostras de urina, 19 amostras de sangue total e uma amostra de biópsia renal, enquanto 3,4% (3/87) foram positivas para JCPyV, sendo as três amostras de urina. As análises mostraram que as viremias do EBV e HCMV foram significativamente associadas com as terapias de imunossupressão de indução e manutenção utilizadas. Além disso, viremia do HCMV clinicamente relevante (>10.000 cópias/mL) foi relacionada à rejeição aguda do aloenxerto, o que reforça a importância do monitoramento viral durante o pós-transplante. Este estudo demonstrou também que a técnica desenvolvida é sensível e específica para detectar e diferenciar BKPyV e JCPyV em diferentes amostras clínicas.