Transferências interna e externa de renda do agronegócio brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva, Adriana Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-19042010-102044/
Resumo: A partir de 1995, as melhorias advindas da estabilização monetária e a expansão de programas de transferência de renda, em adição ao crescente padrão de comércio internacional, refletiram em redução da concentração de renda e da pobreza no Brasil. Acredita-se que o agronegócio, ao assumir posição estratégica para o controle da inflação e geração de divisas no comércio exterior, possa ter tido participação relevante nesta trajetória. Perante tal cenário, procura-se neste trabalho contribuir para a compreensão do papel do agronegócio no processo de distribuição de renda, particularmente em relação às transferências de renda para os demais setores da economia doméstica e também para o mercado externo. Transferência é aqui entendida como a perda ou ganho de renda em decorrência de mudança nos preços relativos. Buscou-se, assim, averiguar as relações existentes entre a renda gerada pelo agronegócio e a renda efetivamente apropriada pelo setor, devido às variações de preço reais ocorridas no período de 1995 a 2008. Os resultados indicaram que a evolução do produto foi sempre superior à do Produto Interno Bruto - PIB a preços reais correntes e, portanto, que o produto cresceu com preços reais decrescentes. A queda de preços somada ao aumento da produção representou uma perda de renda potencial do agronegócio, que foi absorvida pela sociedade. Tal ocorrência se deu de forma mais marcante no ramo da pecuária do que para o das lavouras. No acumulado do período R$ 837 bilhões foram transferidos pelo agronegócio brasileiro, dos quais: (a) 47% provieram do segmento básico (dos quais 46% das lavouras e 54% da pecuária); (b) 38% vieram do segmento de distribuição; (c) 20% saíram da agroindústria (62% da indústria de base vegetal e 38% da indústria de processamento animal); (d) o segmento de insumos foi receptor líquido de renda (R$ 41 bilhões). Diretamente a sociedade brasileira, a maior transferência (R$ 641 bilhões) veio do segmento básico, sendo 67% das lavouras e o restante da pecuária. O benefício de quedas reais de preço recebido pela sociedade, quedas estas comparáveis ou superiores às observadas aos produtores rurais, indicou que os segmentos agroindustrial e de distribuição também colaboraram no processo de aumento do produto a preços decrescentes. Ao final, o aumento do produto, simultâneo à queda de preços reais, foi um indicador de aumento de produtividade no agronegócio. As análises econométricas corroboraram essa constatação, sendo produtividade a fonte mais importante de variações no produto do agronegócio no período estudado.