Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1991 |
Autor(a) principal: |
Avedikian, Heidelinde Karla |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20190821-120605/
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Resumo: |
Várias populações selvagens de duas espécies de leguminosas forrageiras, Desmodium incanum (Sw.) DC. e D. adscendens (Sw.) DC. foram utilizadas para realizar um estudo comparativo da estrutura dos frutos e das sementes, da germinação e dormência de sementes submetidas a diferentes temperaturas constantes e da alocação de biomassa ou energia para as diferentes partes da planta, numa tentativa de acumular informações para se entender a dinâmica populacional dessas espécies e determinar as estratégias de adaptação nos diferentes habitats em que ocorrem. Foi possível identificar algumas diferenças estruturais e fisiológicas entre as espécies, relacionadas com as diferentes estratégias adaptativas das populações observadas, conforme segue: D. incanum, de hábito de crescimento predominantemente ereto, possui esforço reprodutivo sexuado superior ao de D. adscendens, de hábito de crescimento prostrado e grande capacidade de propagação vegetativa. D. incanum produz menor numero de inflorescências por planta, porem com maior numero de lamentos por inflorescência. Estes lomentos também são constituídos de maior número de artículos. Ambas as espécies produzem uma certa porcentagem de vagens ou artículos sem sementes. O número de artículos por lomento tem implicações na dispersão de sementes, principalmente relacionadas aos padrões de arranjamento espacial das sementes no solo, à sua densidade e à formação· do banco de sementes. As sementes das duas espécies são bastante diferentes quanto à forma, cor, tamanho, peso e tegumento de revestimento. D. incanum possui sementes com maior capital inicial, o que possibilita maior sobrevivência e melhor desenvolvimento de plântulas por ocasião do estabelecimento da coorte. Além disso, D. incanum possui sementes dormentes, ou seja, sementes duras, devido a impermeabilidade do tegumento a agua. Este mecanismo contribui para a distribuição da germinação das sementes no espaço e no tempo. As sementes de D. adscendens são mais leves e achatadas e possuem tegumento permeável a água, o que permite a germinação tão logo as condições ambientais (temperatura, água, ar) sejam favoráveis. Todavia, cada semente está protegida por uma vagem indeiscente, o que também constitui um mecanismo que retarda a germinação. Ambas as espécies apresentaram melhores porcentagens de germinação entre as temperaturas de 25 e 35°C, entretanto, em D. incanum a maior porcentagem de germinação ocorreu aos 40°C, devido à quebra de dormência. A germinação de sementes de D. incanum é gradual e lenta com uma porcentagem média de 30 a 40% de germinação. A germinação das sementes de D. adscendens e rápida e praticamente o dobro da porcentagem de germinação de D. incanum. O intervalo de temperatura em que ocorre a germinação de sementes está relacionado com as características climáticas da região geográfica que elas ocupam, sendo que as espécies estudadas são típicas de regiões tropicais. Foi observada maior variabilidade entre as populações de D. incanum quanto à porcentagem de sementes duras. A porcentagem de germinação variou para cada população de D. adscendens. O sistema reprodutivo é o que mais distingue as espécies D. incanum e mais precoce, possui esforço·reprodutivo maior e entre os componentes reprodutivos aloca uma fração maior à produção de frutos, enquanto que em D. adscendens a fração destinada às inflorescências e flores e muito elevada em relação àquela destinada aos frutos. Em ambas as espécies, populações procedentes de local sujeito à pressão de corte intensivo apresentaram praticamente o dobro do esforço reprodutivo, quando comparadas às populações sujeitas à menor pressão de corte no local de origem. Entretanto, em D. incanum, espécie de hábito de crescimento predominantemente ereto, a população procedente de local sujeito à pressão de corte intensivo apresentou uma redução da produção de biomassa·seca total, perto de 50%. Estas observações são indicativas de que nestas populações houve uma seleção adaptativa de genótipos capazes de responder a condições ambientais específicas. |