Estudo da biologia de sementes de espécies nativas de Desmodium desv. (Leguminosae -Papilionoideae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1987
Autor(a) principal: Veasey, Elisabeth Ann
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20181127-155636/
Resumo: O estudo da biologia de sementes é importante para a compreensão dos mecanismos de germinação, dispersão, adaptação e sobrevivência de uma espécie ou população em um determinado ambiente. O objetivo deste trabalho foi estudar alguns aspectos da biologia das sementes de quatro espécies nativas de Desmodium ou seja, D. barbatum, D. discolar, D. incanum e D. tortuosum, populações 1 e 2. O mesmo foi realizado em duas etapas, a primeira envolvendo ensaio de campo para a multiplicação das sementes em condições uniformes e para a caracterização morfológica do fruto e da semente, através de amostragens realizadas a nível de planta para cada espécie. Na segunda etapa foi conduzida uma série de ensaios de germinação com sementes escarificadas e não-escarificadas, submetidas a diferentes temperaturas constantes, de 15 a 45°C, e temperaturas alternadas, ou seja, 15-30°C, 20-35°C, 25-35°C, e 25-40°C. Foi também realizado um ensaio a nível de famílias para a determinação da variação do grau de dormência dentro de cada espécie, e obtenção de parâmetros genéticos. Diferenças significativas entre espécies foram observadas para todos os caracteres morfológicos avaliados, incluindo número de artículos por lomento (NA), comprimento do lomento (CL), comprimento e largura do artículo (CA) e (LA), comprimento do pedúnculo (CP) e peso de sementes (PS). Foram estimados os coeficientes de variação genética interespecífica (CVge ) e de diversidade genotípica (be) para cada caráter. O maior valor do CVge , 35,3% , foi obtido para o caráter PS, demonstrando existir maior variabilidade genética. O valor de be foi elevado, acima de e 80,0%, para os caracteres PS, CP e CL, indicando a possibilidade de seleção tanto artificial como natural. Outro caráter avaliado foi a coloração de sementes, observando-se variação interespecífica, e também variação intraespecífica para a espécie D. tortuosum. Os ensaios de germinação com sementes não-escarificadas mostraram que quanto maior a temperatura maior a quebra de dormência, atingindo um limite máximo a 40°C Foi observado também variação significativa entre espécies em relação ao grau de dormência. com as espécies D. discolor e D. incanum apresentando os níveis mais baixos, e o D. barbatum o maior nível. Os ensaios com sementes escarificadas resultaram numa baixa germinação a 15°C, observando-se grande número de sementes embebidas e não germinadas, principalmente para as espécies D. barbatum e D. incanum . No entanto, de 20 a 40°C a germinação foi alta, acima de 90,0%, para todas as espécies, ocorrendo uma queda brusca a 45°C, onde a germinação foi nula. Essas observações servem para evidenciar a ampla distribuição geográfica dessas espécies, uma vez que suas sementes germinam numa grande amplitude de temperaturas. Os resultados obtidos com temperaturas constantes foram melhores que os obtidos com temperaturas alternadas, ao contrário do que se tem observado em trabalhos correlatos. Foram também observadas diferenças entre espécies em relação à velocidade de germinação, com a espécie D. discolor apresentado a maior velocidade e o D. incanum a menor. De um modo geral, as temperaturas mais baixas proporcionaram menor velocidade de germinação e as mais altas maior velocidade. Diferenças altamente significativas foram observadas entre famílias para as espécies D. discolor, D. incanum e D. tortuosum, pop. 2, em relação ao grau de dormência. Foi obtido um alto valor para o coeficiente de determinação genotípica (bd), acima de 84,0%, para essas 3 espécies, indicando a possibilidade de seleção para este caráter. A população 2 da espécie D. tortuosum apresentou um alto valor para o coeficiente de variação genética intraespecífica (CVgd), 47,1%, mostrando que grande parte da variação observada é de natureza genética e não ambiental. As diferenças observadas tanto entre como dentro de espécies ou populações em relação à variação no grau de dormência são discutidas.